POLÍTICA

Em Nova York, projeção em prédio da ONU chama Bolsonaro de “vergonha brasileira”

Candidato à reeleição discursou na 77ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas

Da redação
Publicado em 20/09/2022, às 15h34 - Atualizado às 16h45

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Além de vergonha, as imagens projetadas traziam as palavras “desgraça” e “mentira” Protestos Bolsonaro na ONU - Reprodução Twitter
Além de vergonha, as imagens projetadas traziam as palavras “desgraça” e “mentira” Protestos Bolsonaro na ONU - Reprodução Twitter

Imagens gigantes de Jair Bolsonaro (PL) foram projetadas na lateral do prédio da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos. O caso aconteceu nas primeiras horas desta terça-feira (20) e nas projeções uma mensagem chamando o presidente de “vergonha brasileira” e "mentiroso" ecoou para diversos países.

 A situação ocorreu horas antes de o chefe do executivo chegar à sede da instituição para o discurso de abertura da 77ª Assembleia-Geral. A intervenção foi feita por ativistas da US Network for Democracy in Brazil (Rede nos Estados Unidos pela Democracia no Brasil), que reúne estudantes de mais de 50 universidades americanas e organizações da sociedade civil.

Além de vergonha, as imagens projetadas traziam as palavras “desgraça” e “mentira”. As expressões estavam em inglês, francês, espanhol e mandarim, que são as quatro línguas oficiais da ONU.

Além de vergonha, as imagens projetadas traziam as palavras “desgraça” e “mentira” Protestos Bolsonaro na ONU (Reprodução Twitter)

Mariana Adams, organizadora nacional do US Network for Democracy in Brazil e porta-voz do movimento, explicou a iniciativa. “Nossa ação comunica ao mundo que Bolsonaro está apoiado em um sistema de fake news para avançar seu projeto pessoal de poder e de enriquecimento, não um projeto nacional de desenvolvimento do Brasil”, escreveu nas redes sociais.

Os ativistas, que não são ligados a partidos políticos ou a ONGs, contrataram um projetor capaz de lançar a imagem a cerca de um quilômetro de distância. 

Por outro lado

Tradicionalmente, cabe ao presidente do Brasil fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral. O tema deste ano do debate geral e da 77ª sessão da assembleia é “Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados”. Antes da sua participação, Bolsonaro se reuniu com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e se encontrou com o presidente do Equador, Guillermo Lasso.

Durante sua fala Bolsonaro disse que, apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de 2022 com uma “economia em plena recuperação”. O presidente brasileiro destacou os bons números da economia do país, como a queda da inflação e do desemprego, e a implementação de reformas para atrair investimentos.

“Levamos adiante uma abrangente pauta de privatizações e concessões, com ênfase na infraestrutura”. Em 2021, o Brasil foi o quarto maior destino de investimento estrangeiro direto do mundo. Nosso comércio exterior alcançou a marca histórica de 39% do PIB [Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país], mesmo diminuindo ou zerando impostos de milhares de produtos. No plano interno, também estamos batendo recordes em três áreas: arrecadação fiscal, lucros das empresas estatais e relação entre dívida pública e PIB”, completou.

Em seu discurso, Bolsonaro citou ainda as obras do projeto de transposição do Rio São Francisco e a adoção de novos marcos regulatórios, como o do saneamento básico, o das ferrovias e o do gás natural. Além disso, falou sobre projetos que visam à melhoria do ambiente de negócios, como a Lei de Liberdade Econômica e a Lei de Start-ups.

“A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada. Os números falam por si só. A estimativa é de que, no final de 2022, 4% das famílias brasileiras estejam vivendo abaixo da linha da pobreza extrema. Em 2019, eram 5,1%. Isso representa uma queda de mais de 20%”, disse.

O presidente também celebrou a queda no preço dos combustíveis e da energia elétrica. “Quero ressaltar que o custo da energia não caiu por causa de tabelamento de preços ou qualquer outro tipo de intervenção estatal. Foi resultado de uma política de racionalização de impostos formulada e implementada com o apoio do Congresso Nacional”, disse.

Em junho, foi sancionada a lei que prevê a incidência, por uma única vez, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, inclusive importados, energia elétrica, comunicações e transportes coletivos.

Segundo Bolsonaro, diante desse “esforço de modernização da economia brasileira”, o país está avançando para o seu ingresso como membro pleno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o Portal Agência Brasil, ainda na agenda desta tarde o candidato à reeleição participa de videoconferência com empresários do setor de supermercados. A previsão é que o presidente deixe Nova York com destino a Brasília no fim desta tarde.

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