ARTIGO OPINATIVO

A série de The Last of Us veio para quebrar a maldição das adaptações de games?

A nova produção da HBO estreia neste domingo (15) na plataforma de streaming da empresa

Matheus Alves
Publicado em 14/01/2023, às 15h51 - Atualizado às 15h54

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Nova série da HBO Max conta com 98% de aprovação segundo a crítica especializada - Reprodução/Internet
Nova série da HBO Max conta com 98% de aprovação segundo a crítica especializada - Reprodução/Internet

The Last of Us estreia neste domingo (15) na HBO Max e promete ser uma das maiores produções da empresa para o primeiro semestre de 2023. Baseada na franquia de games homônima, essa série promete quebrar de uma vez por todas a “maldição das adaptações de games”.

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Uma viagem pelo triste passado de filmes e séries baseadas em videogames

Filmes ou séries baseadas em jogos eletrônicos sempre tiveram um passado sombrio, e tudo começou em 1993, quando a primeira adaptação em live action de Super Mario chegava aos cinemas, estrelando Bob Hoskins como Mario, John Leguizamo como Luigi, Samantha Mathis como a princesa Daisy e Dennis Hopper como Bowser.

O filme de Super Mario Bros dos anos 90 veio a se tornar um símbolo do que não deve ser feito em uma adaptação. Isso se deve ao fato de que os responsáveis pela obra desconstruíram por completo o produto original criado pelo renomado game designer Shigeru Miyamoto, pai de jogos clássicos como Super Mario, The Legend of Zelda e Donkey Kong. Nos principais agregadores de notas, como o Rotten Tomatoes, o filme de 1993 possui aprovação abaixo dos 30%, tanto por críticas feitas por fãs quanto por jornalistas especializados em cinema.

Décadas se passaram desde o lançamento do filme em live action de Super Mario e diversas outras produções “duvidosas” foram lançadas. Filmes e séries como Far Cry (29% de aprovação pelo público), House of the Dead (3% de aprovação pela crítica especializada) e a série de Resident Evil feita pela Netflix (26% de aprovação pelos fãs), surgiram para manchar ainda mais o “currículo cinematográfico gamer”.

Apesar de ser maioria, o histórico de adaptações de jogos para o cinema não é composto somente por obras ruins, existem exceções. A começar por Terror em Silent Hill, lançado em agosto de 2006. Esse filme foi muito bem recebido pelos fãs, que aprovaram em mais de 60% a qualidade da obra, segundo o Rotten Tomatoes.

No campo dos desenhos animados o histórico para adaptações de games é muito mais positivo.

Recentemente as animações Arcane (baseada em League of Legends) e Cyberpunk: Edgerunners, receberam notas altíssima, ambas com 100% de aprovação segundo a maioria dos veículos especializados. Já a série animada de Cuphead possui 85% de aprovação por parte dos fãs. Todas essas três obras podem ser assistidas pela Netflix.

Do que se trata The Last of Us e porque essa obra é especial?

Nesta nova jornada, vamos acompanhar Joel, Tess e Ellie em um mundo pós-apocalíptico tomado por criaturas infectadas por um fungo mutante e seres-humanos cruéis.

Joel Miller é um homem de meia-idade que precisou se adaptar ao novo mundo hostil que vive. Após perder sua filha no início do surto de infecção fúngica, ele agora encontra paz somente caçando infectados e criminosos. Ao seu lado temos Tess Servopoulos, também uma veterana do fim do mundo, que conhece como a palma de sua mão a crueldade humana.

Ambos precisam lidar com a responsabilidade de levar Ellie, uma adolescente de 14 anos de idade, até um centro militar localizado do outro lado do estado. A jovem pode possuir em seu sangue a cura que salvará a humanidade de sua inevitável extinção.

Mas, The Last of Us é muito mais do que uma “road trip” (termo em inglês para se referir à uma história focada em viajar do ponto A até o B). O brilho dessa obra está em seus personagens e como cada indivíduo tem sua personalidade bem desenvolvida de acordo com sua proposta.

Joel não é um simples herói que fará de tudo para proteger seus companheiros. Tess está longe de ser uma mulher sem falhas. Ellie em apenas 14 anos de vida, mas viveu momentos traumatizantes que levariam qualquer outra pessoa à loucura ou à depressão profunda. Mas o que todos esses três protagonistas têm em comum? Simples: Uns aos outros.

A interação entre essas pessoas se desenvolve de uma maneira convincente e impactante. Cada momento vivido pelos personagens fica marcado na memória do jogador. Muito disso também se deve à um roteiro bem elaborado, feito de uma forma mais cinematográfica do que o normal. E com certeza é por esse motivo que os fãs de The Last of Us sempre sonharam com uma adaptação em live action, mas uma que honrasse o produto original.

Segundo as avaliações da série que estreia neste domingo na HBO Max, The Last of Us conseguiu quebrar a maldição que tanto assola as produções audiovisuais que se baseiam em um jogo eletrônico. A série conta com aprovação de 98% de acordo com a opinião dos veículos de comunicação, uma média que poucas séries e filmes conseguem atingir.

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