CAPACITAÇÃO

Estudantes do Brasil se preparam para ingressar em universidades do exterior

Estudantes saem do país em busca de educação de alta qualidade e de profissões modernas e relevantes em âmbito mundial

Redação
Publicado em 03/09/2024, às 16h09

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Cada vez mais, jovens brasileiros saem para estudar em universidades estrangeiras - Freepik
Cada vez mais, jovens brasileiros saem para estudar em universidades estrangeiras - Freepik

De acordo com os dados de 2024, do US Immigration and Customs Enforcement (ICE), mais de 110 mil jovens brasileiros estudam em universidades estrangeiras, e este número não para de crescer. Os estudantes saem do país em busca de  educação de alta qualidade e de profissões modernas e relevantes em âmbito mundial.

A maioria dos alunos se esforça muito para elevar seu nível de conhecimento, após a educação municipal, e ter a oportunidade de ser selecionado para instituições de ensino superior estrangeiras. Quando concorrem ao Enem,  mais estudantes do ensino médio  optam por enfatizar a língua inglesa, para ter mais chance de passar em testes de admissão a universidades nos EUA, Grã-Bretanha e Canadá.

Em busca do melhor aprendizado

Quando se analisam os destinos educacionais mais desejados pelos jovens brasileiros, nota-se que o maior número de estudantes do Brasil vai para os Estados Unidos. De acordo com o questionário da AG Immigration, baseado em dados oficiais do US Immigration and Customs Enforcement (ICE), mais de 37 mil brasileiros estudam, atualmente, em universidades americanas em diversas áreas.

Prestigiadas universidades americanas, com ampla oferta de cursos e uma política sólida de apoio a jovens estrangeiros talentosos, são muito valorizadas entre os estudantes, embora exijam o mais alto nível de preparação em inglês, além de outras disciplinas de exatas e humanas.

O Canadá, a Grã-Bretanha e a Austrália não são menos atrativos no que diz respeito ao estatuto privilegiado de um estudante e às grandes perspectivas de emprego futuro. Provavelmente, só os países europeus não têm condições rigorosas para a avaliação do exame nacional do ensino secundário em inglês.

Programas de universidades estrangeiras abertos a brasileiros

Para estimular a vinda de estudantes de países latino-americanos, as universidades estrangeiras abrem acesso a programas especiais de apoio. A “100.000 Strong in the Americas Initiative”, iniciada há alguns anos, aumentou significativamente o número de jovens brasileiros que tiveram o privilégio de escolher cursos em muitas universidades norte-americanas de prestígio. O programa Fulbright também coopera ativamente com as instituições de ensino brasileiras em benefício do intercâmbio educacional.

O Canadá, por sua vez, concede o maior número de bolsas de estudo para estudantes da América do Sul, no contexto do programa governamental Emerging Leaders in the Americas Programme (ELAP). Por seu turno, o programa de intercâmbio de alunos Erasmus+, popular internacionalmente, prevê cotas especiais para a transferência para universidades da União Europeia.

O ensino estrangeiro de qualidade pode ser controverso na sociedade, porque, por um lado, vemos os jovens brasileiros a receber conhecimentos modernos de qualidade e a prepararem-se para dominar profissões reais. Mas a opinião sobre o crescente fluxo de alunos talentosos e promissores para países mais respeitáveis do mundo também tem um lugar importante no debate educacional.

Formatura
O Canadá concede o maior número de bolsas de estudo para estudantes da América do Sul

Desafios que um aluno do ensino médio pode enfrentar em uma universidade no exterior

Devido a políticas governamentais insustentáveis, em relação ao programa educacional, as escolas brasileiras são, muitas vezes, menos eficientes do que as instituições privadas, em termos do nível de educação dos alunos do ensino médio. E, embora as recentes reformas no programa de ensino secundário ofereçam alguma esperança, os alunos que se formam hoje, infelizmente, só podem contar com os seus próprios conhecimentos e fazer um esforço extra para entrar numa universidade estrangeira.

Os maiores problemas que os corajosos jovens brasileiros enfrentam no seu caminho para um sistema de ensino superior de qualidade são:

  • Baixo nível de preparação acadêmica, na maioria das escolas municipais regionais do país;
  • Formação linguística limitada em inglês e espanhol, no nível básico;
  • Apoio financeiro mínimo a programas educacionais por parte de instituições estatais;
  • Falta de um sistema estabelecido de cursos preparatórios para áreas de formação específicas;
  • Abordagem subdesenvolvida do aconselhamento educativo como principal forma de apoio aos alunos do ensino secundário.

Assim, vemos como as crianças brasileiras têm que, literalmente, alcançar por seus próprios esforços a perspetiva de obter uma experiência única de estudar em universidades estrangeiras. E, embora o público se surpreenda com os números vertiginosos da fuga de cérebros do Brasil, nem o governo nem o sistema educativo estão a fazer melhorias no ensino superior com rapidez suficiente para travar estes processos.

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