Amazônia

Leonardo DiCaprio critica garimpo em terras indígenas na Amazônia

O ator ressalta que corte no orçamento de fiscalização do Ibama na Amazônia, deixa áreas protegidas vulneráveis à exploração

Agência Estado
Publicado em 27/12/2019, às 05h31 - Atualizado em 23/08/2020, às 21h19

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Reprodução/ Facebook Leonardo DiCaprio
Reprodução/ Facebook Leonardo DiCaprio

O ator e ativista ambiental Leonardo DiCaprio criticou na quinta-feira, 26, o garimpo em terras indígenas no Brasil. Ele compartilhou em suas redes sociais uma imagem de um protesto dos povos Yanomami e Ye'kwana que escreveram, com seus corpos, a frase "Fora Garimpo".

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"Apesar de as leis brasileiras considerarem ilegal a mineração nas terras indígenas Yanomami, milhares de garimpeiros entraram recentemente no Parque Yanomami, uma das maiores reservas indígenas do Brasil, espalhando malária e contaminando rios com mercúrio", escreveu DiCaprio junto à foto.

O ator lembra ainda que houve corte no orçamento de fiscalização do Ibama na Amazônia neste ano, "deixando as áreas protegidas vulneráveis à exploração".

A imagem compartilhada por DiCaprio foi redistribuída no início da semana pelo Instituto Socioambiental, organização que luta pelos direitos indígenas, depois de ter sido divulgada inicialmente em 26 de novembro. Segundo o ISA, em novembro, durante fórum de lideranças indígenas, realizado na comunidade Watoriki, na Terra Indígena Yanomami (RR), os Yanomami e os Ye’kwana denunciaram a invasão de seu território por 20 mil garimpeiros.

De acordo com a ONG, foram relatados no evento "graves impactos da extração mineral em suas terras". As denúncias foram compiladas em uma carta entregue às autoridades. A organização lembrou também um estudo da Fiocruz feito em comunidade do Rio Uraricoera, na TI Yanomami, que revelou que mais 90% dos participantes da pesquisa apresentavam alto índice de contaminação por mercúrio. O estudo é de 2016.

"A última vez que houve uma invasão dessa escala foi na década de 1980, quando cerca de um quinto da população indígena morreu de violência, malária, desnutrição, envenenamento por mercúrio e outras causas", escreveu ainda DiCaprio, citando dados divulgados pelo ISA. "Não queremos repetir essa história de massacre", disse, reproduzindo trecho da carta das lideranças.

O presidente Jair Bolsonaro defende a liberação de mineração em terras indígenas e disse, desde as eleições, que não demarcaria "nenhum centímetro" a mais de terra para os povos indígenas.

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