DISCUSSÃO NA CÂMARA

Deputado do PSL arranca cartaz sobre exposição contra o racismo na Câmara

O responsável por ter arrancado o cartaz é o deputado federal, Coronel Tadeu, do PSL

Fabrício de Castro e Renato Onofre/Agência Estado
Publicado em 19/11/2019, às 17h03 - Atualizado em 24/08/2020, às 06h24

FacebookTwitterWhatsApp
Reprodução/Twitter
Reprodução/Twitter

Uma exposição que trata do racismo no Brasil virou motivo de bate-boca na tarde desta terça-feira, 19, na Câmara dos Deputados. O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) arrancou da parede da exposição uma imagem em que aparecia um policial, de arma na mão, e um rapaz negro estendido no chão, com a camisa do Brasil e algemado. No cartaz, lia-se a frase "O genocídio da população negra".

O ato do deputado provocou reação imediata de deputados presentes na Casa. Houve bate-boca na saída da exposição e gritos de "racista" em direção a Tadeu. "Ele não suportou uma exposição que registra a presença negra na história do Brasil nos diversos campos. E veio aqui e arrancou parte da exposição, onde havia a denúncia de um genocídio negro no Brasil", afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

"Ele arrancou tudo, destruiu tudo e cometeu o crime de racismo e quebra de decoro", acrescentou. Jandira e outros parlamentares, como a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), prometeram levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara.

Desde o início do dia, a imagem arrancada por Tadeu vinha causando desconforto aos deputados da chamada "bancada da bala". Mais cedo, o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) já havia encaminhado ao presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), um pedido para que o cartaz fosse retirado da exposição.

"Conforme se verifica do conteúdo da imagem, há a absurda atribuição da responsabilidade pelo genocídio da população negra aos policiais militares, prestando-se, assim, verdadeiro desserviço junto à população que trafega pelas dependências da Câmara, retratando negativamente o salutar papel dos policiais militares para a manutenção da ordem pública no nosso País", disse Augusto em seu pedido a Maia.

O deputado é presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública e da Comissão de Segurança Pública.

Após arrancar o cartaz, o coronel Tadeu voltou a criticou a imagem. "Colocar a PM como responsável pelo genocídio é inaceitável", afirmou ao Estadão/Broadcast.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!