DINHEIRO DE PROPINA

Após três anos, MPF consegue repatriar ouro e diamantes de Cabral

Objetos estavam na Suíça e foram avaliados em R$ 20 milhões

Felipe Pontes/Agência Brasil
Publicado em 07/03/2020, às 10h17 - Atualizado em 23/08/2020, às 22h11

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Arquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil
Arquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil

Depois de um longo trâmite burocrático, o Ministério Público Federal (MPF) conseguiu repatriar, nesta sexta-feira, 6, 4,5 kg de ouro e 27 pedras de diamantes, avaliados em aproximadamente R$ 20 milhões, que estavam na Suíça e foram adquiridos com dinheiro de propina do ex-governador Sérgio Cabral.

A existência do ouro e dos diamantes foi revelada pelos irmãos e doleiros Marcelo e Renato Chebar em delação premiada fechada com a Lava Jato do Rio de Janeiro. Eles eram operadores do esquema de Cabral.

Outros US$ 100 milhões, cuja existência no exterior também fora revelada pelos irmãos Chebar, já haviam sido repatriados desde o início de 2017, mas trazer o ouro e os diamantes da Europa para o Brasil revelou-se mais complicado, devido a exigências de contratação de transportadoras e seguros especializados.

Somente na última terça-feira, 3, três anos depois, procuradores do MPF embarcaram para Genebra para buscar o ouro e os diamantes, que devem agora ficar num cofre bancário à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Desde que foi preso, em novembro de 2016, Cabral acumula 13 condenações penais, a maioria no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro. Somadas, as penas superam os 280 anos. Ele responde ainda a mais de 30 processos criminais ligados a casos de corrupção durante o seu governo (2007 a 2014). 

Em fevereiro, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo de delação premiada negociado pelo ex-governador junto à Polícia Federal (PF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu, afirmando que a colaboração não pode ser aceita pois Cabral continua a ocultar bens provenientes de casos de corrupção.

O advogado Marcio Delambert, que representa Cabral, explicou que a devolução dos bens já estava prevista em sentença e que o ex-governador inclusive teve pena reduzida pelo 

*Colaborou Vladimir Platonow

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