TEMPORADA 2023

Temporada de pinguins inicia com ocorrências em Ubatuba, São Sebastião e Ilhabela

Instituto Argonauta resgatou pinguim-de-magalhães na Barra do Una e dá início aos cuidados no Centro de Reabilitação e Despetrolização em Ubatuba

Da redação
Publicado em 01/07/2023, às 14h49

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© Nilson Coelho/Agência
© Nilson Coelho/Agência

A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta iniciou a temporada de pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) no litoral norte de São Paulo, atendendo ocorrências em Ubatuba e São Sebastião, e recebendo informações sobre pinguins vivos e mortos na Ilhabela. A chegada dessas aves marca o início de um período esperado pelos especialistas, que se estende de junho a outubro, com o pico de avistamentos previsto para os meses de julho e agosto.

No domingo, 25 de junho, a equipe do Instituto Argonauta resgatou um pinguim-de-magalhães na Barra do Una, em São Sebastião, que agora está sob cuidados especiais no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Ubatuba. O acionamento foi feito pela equipe PMP-BS do Instituto Argonauta, que encaminhou a ave marinha para reabilitação no CRD.

Essa migração de pinguins na costa brasileira é um evento comum, uma vez que esses animais deixam as regiões de reprodução, como a Patagônia Argentina e as Ilhas Malvinas, em busca de alimento.

Alguns pinguins acabam se perdendo do grupo e são encontrados em praias brasileiras. A disponibilidade de alimento nas águas costeiras influencia essas migrações, fazendo com que os pinguins se aventurem por distâncias mais longas, chegando até o litoral sudeste.

Hugo Gallo Neto, oceanógrafo e presidente do Instituto Argonauta, explica que os pinguins permanecem na água durante a época não reprodutiva, que vai de abril a setembro. Nesse período, eles saem em busca de alimento, podendo chegar ao litoral sudeste brasileiro.

Os animais encontrados muitas vezes estão fracos e debilitados, necessitando de cuidados. Por isso, eles são resgatados e encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba, onde recebem os cuidados necessários antes de serem devolvidos à natureza.

Os pinguins-de-magalhães são aves marinhas adaptadas para viver na água, mas não voam. Suas asas foram modificadas em nadadeiras, que eles usam para se locomover na água e capturar suas presas, como peixes, cefalópodes e pequenos crustáceos. Diferentemente do que muitos pensam, esses pinguins não são adaptados a baixas temperaturas e não são encontrados em regiões polares.

Carla Beatriz Barbosa, bióloga e coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta, destaca a importância de tomar cuidado ao encontrar um pinguim vivo ou morto nas praias do Litoral Norte.

É recomendado ligar para o Instituto Argonauta ou para a Vigilância Sanitária de cada município para acionar a equipe especializada. Caso o animal permita, ele pode ser colocado em um lugar seco, como uma caixa de papelão, envolto em uma toalha ou jornal para mantê-lo aquecido. É importante mantê-lo afastado de outros animais até a chegada do resgate.

O pinguim-de-magalhães é classificado como "seguro ou pouco preocupante" pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. No entanto, a espécie enfrenta impactos da interação humana, como os efeitos das mudanças climáticas, alterações no ambiente marinho e pesca.

O Instituto Argonauta ressalta que os animais resgatados não apresentam sintomas de gripe aviária, mas os procedimentos de cuidado devem ser rigorosamente seguidos para evitar qualquer contaminação.

Os cuidados

© Nilson Coelho/Agência ()

Ao encontrar um pinguim na praia, é recomendado não se aproximar caso o animal esteja nadando. Caso ele esteja tentando sair da água, é importante dar espaço, pois pode estar cansado.

Se o pinguim estiver na areia, a equipe de atendimento deve ser chamada. É fundamental não puxar o animal, pois ele pode se sentir ameaçado, e não tentar devolvê-lo à água, já que ele precisa descansar e receber cuidados adequados.

A área deve ser isolada para manter o animal afastado de curiosos, cachorros e urubus. O contato com gelo ou o uso de isopor também devem ser evitados, assim como tentar alimentar o pinguim. É útil fotografar o animal sem flash, pois essas informações podem auxiliar na preservação dessas espécies.

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