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Seu cão ou gato mudou o hábito de beber água? Veja o que esse comportamento pode indicar

Mudanças sutis nos hábitos do seu cão ou gato podem esconder problemas sérios. Saiba o que observar e quando procurar o médico veterinário

cachorro bebendo água
Problemas renais em pets: como identificar e tratar a doença antes que seja grave - Isaac Guardiola / Unsplash

Assim como nos humanos, os problemas renais também impactam a qualidade de vida de cães e gatos, exigindo mudanças na alimentação, hidratação constante e acompanhamento veterinário especializado. A doença renal crônica (DRC), uma das condições mais comuns, é silenciosa e pode ser fatal se não diagnosticada a tempo.

A professora de medicina veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Fabiana Volkweis, alerta que tanto cães quanto gatos podem desenvolver enfermidades renais por causas variadas, desde intoxicações até doenças infecciosas. “A ingestão de alimentos inadequados, como uvas e carambolas, uso de medicamentos sem prescrição, plantas tóxicas ou até metais pesados pode provocar lesões nos rins”, afirma.

A doença pode surgir de forma aguda ou evoluir para quadros crônicos. Entre os fatores de risco estão também a desidratação severa, obstruções por cálculos urinários, hipotensão e perdas sanguíneas. Em gatos, a idade avançada é um dos principais gatilhos para a insuficiência renal.

Gatos são mais propensos aos problemas renais

De acordo com Volkweis, os felinos apresentam maior predisposição à DRC. “Por natureza, os felinos possuem cerca da metade dos néfrons (unidades de filtração renal) em comparação aos cães. Dependendo do estilo de vida, da ingestão de água e das doenças que possam desenvolver, ele têm maior tendência a se tornarem insuficientes renais crônicos na velhice.”

Atenção aos sinais silenciosos

Na fase aguda, os sintomas mais evidentes incluem vômitos intensos, recusa alimentar e diarreia. Já na forma crônica, os sinais são mais discretos: perda de peso progressiva, apetite seletivo, pelagem opaca e aumento no volume de urina, que tende a ser mais clara. Esses sintomas podem passar despercebidos. Por isso, o tutor deve observar qualquer alteração de comportamento ou hábitos alimentares do pet, alerta a professora.

Diagnóstico depende de exames laboratoriais

O diagnóstico das doenças renais é feito por meio de exames laboratoriais e de imagem. “Análises de sangue, avaliação de eletrólitos, urinálise e ultrassonografia abdominal são fundamentais. Também é importante medir a pressão arterial do animal”, explica.

Alimentação e hidratação fazem a diferença

Embora não existam rações preventivas específicas para doenças renais, algumas dietas são formuladas para auxiliar no tratamento de condições como cálculos urinários ou DRC. Essas rações devem ser indicadas por um veterinário. A veterinária reforça que nem todo pet com insuficiência renal crônica precisa de uma dieta renal. O acompanhamento profissional é fundamental para ajustar a alimentação de forma individualizada.

A hidratação também é essencial para manter a função renal adequada. Para incentivar o consumo de água, principalmente entre os gatos, que bebem menos por natureza, a professora recomenda opções como fontes de água corrente, picolés de caldo de ossos (sem tempero) e potes de água distribuídos pela casa.

Tratamentos variam conforme a gravidade

O tratamento depende da causa e da gravidade do quadro. De acordo com Volkweis, a forma aguda, a quantidade e qualidade da urina são avaliadas, bem como o grau de desidratação e a presença de sintomas como vômitos.

A professora reforça que, em casos mais graves, quando há ausência de produção de urina, a hemodiálise pode ser indicada. Já na doença renal crônica, os animais costumam produzir grande quantidade de urina transparente e podem desenvolver anemia e hipertensão.

"O tratamento inclui medicamentos, mudanças na alimentação, controle da hidratação e ajustes nos eletrólitos e na pressão arterial".

Nos últimos anos, a medicina veterinária avançou no tratamento de doenças renais. Hoje, clínicas especializadas oferecem hemodiálise e exames diagnósticos mais precisos. Além disso, terapias complementares como homeopatia e acupuntura também podem ser utilizadas como suporte ao tratamento tradicional.

Acompanhamento regular é essencial

Para evitar complicações, Fabiana Volkweis recomenda que os tutores realizem exames periódicos nos pets, especialmente em animais idosos. "Assim como na medicina humana, a veterinária conta com especialistas em nefrologia, que podem oferecer um tratamento mais direcionado, seja para doenças renais agudas ou crônicas", conclui.

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