Pinguim foi encontrado em praia de Ilha Comprida; o plástico se parecia com lacres utilizados em fardos de latinhas ou cerca de malha plástica
O Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) divulgou em suas redes sociais esta semana mais um triste caso de interação de animais marinhos com o lixo. Um pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) foi encontrado morto em uma praia de Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo, com um lacre plástico envolto em seu corpo. O fato aconteceu em 30 de agosto.
O lacre prendia o tronco e as aletas do animal. Segundo o IPeC, isso provavelmente dificultou muito a natação do pinguim. O material, que já estava bastante deteriorado, se parecia com lacres plásticos utilizados em fardos de latinhas, ou até mesmo cerca de malha plástica, utilizada em canteiros de obras.
O pinguim foi levado para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, em Cananéia e, durante a necropsia, a equipe avaliou o seu conteúdo estomacal, onde foram encontrados mais vestígios de lixo.
Ainda de acordo com o IPeC, devido ao estágio bem avançado de decomposição do pinguim, não foi possível apontar a causa exata da morte do animal. No entanto, a interação com o lixo pode ter sido a causa principal, ou pode ter auxiliado na debilidade do animal, levando-o à morte por outros fatores, como afogamento ou incapacidade de encontrar alimento.
O IPeC é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento da condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna, em Santa Catarina, até Saquarema, no estado do Rio de Janeiro, sendo dividido em 15 trechos. O IPeC monitora o trecho 7 que compreende as praias da Ilha do Cardoso, Ilha Comprida e a Juréia (Iguape).
Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 (horário comercial) ou diretamente pelo (13) 3851-1779.
*Com informações de Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC)
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