Cobrinha indiscreta era uma falsa-coral, segundo biólogo
Imagine a cena: você entra no banheiro de madrugada e, quando olha para cima da pia, uma cobra escolheu o rolo de papel higiênico como cama. Arrepiante, não é mesmo? Pois foi isso o que aconteceu com um morador de Goianésia, no estado de Goiás.
A história de terror aconteceu na madrugada desta segunda-feira (14). A serpente que usou o rolo de papel higiênico como “beliche” era uma cobra falsa-coral, segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, conhecido como o "Biólogo das Cobras". Outros portais de notícias teriam identificado erroneamente a cobra como sendo uma coral verdadeira, de acordo com Henrique.
O morador da casa, que fica em um condomínio, logo acionou o Corpo de Bombeiros para realizar a retirada do réptil do banheiro de sua residência. A cobrinha indiscreta foi capturada e solta em uma região de mata.
A cobra coral verdadeira (Micrurus altirostris) é uma espécie típica da América do Sul. A característica que mais chama a atenção nessa espécie é a sua coloração, composta por anéis vermelhos, pretos, brancos e amarelos. Essa coloração chamativa é chamada de aposematismo, que é um artifício que auxilia a sobrevivência de um grupo.
Esse padrão de cores vibrantes geralmente é visto em animais venenosos. Ele indica o perigo e faz com que a probabilidade de um ataque de um predador diminua.
O problema é que uma “parente” da cobra coral verdadeira copiou esse mesmo padrão, também com a intenção de afugentar predadores. Só que essa “prima” não é peçonhenta, e acabou conhecida como falsa-coral (Erythrolamprus aesculapii)
Isso acaba por confundir nós, humanos, que ao avistar uma serpente com esse padrão de cores, dificilmente consegue determinar se é venenosa ou não. Portanto, ao avistar uma dessas, ou qualquer outro réptil, dentro de sua residência, isole o local e chame ajuda especializada.
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