Quando o felino começa a urinar em pontos aleatórios do ambiente já na fase adulta, o caso precisa ser investigado por um especialista
Da redação
Publicado em 15/12/2022, às 14h43 - Atualizado às 15h19
A presença dos felinos está cada vez maior nos lares brasileiros. De acordo com o Censo Pet IPB, o Brasil encerrou 2021 com 27,1 milhões de gatos de estimação, um aumento de 6% em comparação com o ano anterior e superior à alta no número de cães que foi de 4%. Embora o crescimento represente uma paixão nacional, lidar com o comportamento dos bichanos pode ser um desafio para tutores de primeira viagem e uma das principais queixas dos adotantes é quando o pet começa a fazer xixi pela casa.
De acordo com a doutora Janaína Duarte, a tendência comportamental dos gatos é a de assumir hábitos higiênicos, com os animais enterrando suas fezes e urina em caixas de areia ou em jardins, porém, esse não é um traço instintivo.
“Os filhotes não nascem sabendo. São as mães que ensinam qual é o local onde devem fazer suas necessidades fisiológicas”, afirma a acadêmica.
Quando o felino começa a urinar em pontos aleatórios do ambiente já na fase adulta, o caso precisa ser investigado por um especialista e, geralmente, indicam três questões: problemas de saúde, insatisfação com o local de micção ou demarcação de território. Algumas características são indicativas do que pode estar acontecendo e demandam a atenção dos tutores.
Inflamações e problemas no sistema urinário, como cálculo renal, causam dores fortes nos gatos. Quando os tutores identificam que os animais estão urinando em locais distintos e aos poucos, é preciso procurar um médico veterinário com urgência para verificar a saúde do animal. A docente ressalta que este é o principal fator a ser considerado.
A micção é uma forma de comunicação para os bichanos e pode indicar alguma insatisfação. Questões que afetam o emocional, como o estresse causado por mudanças ou a chegada de um novo pet, além de incômodos objetivos, como desagrado pela falta de limpeza e desaprovação à higienização da caixa de areia, são alguns dos motivos por trás desse comportamento.
A personalidade felina é mais territorialista do que a dos cães e a presença de outros animais, inclusive pela vizinhança, provoca a sensação de ameaça. Nesses casos, os gatos fazem xixi pelos cômodos e móveis em forma de spray, para registrar sua marca nos espaços da casa. Por conta da presença de feromônios, o odor da urina é mais intenso e diferente da comum de uma "ida ao banheiro".
A castração reduz os níveis hormonais e pode controlar o seu desejo de fazer xixi fora da caixa de areia. Manter os gatos ativos, com brinquedos interativos para ocupar o dia, também é uma estratégia que contribui para a saúde mental do animal e diminui o estresse e a ansiedade causados por mudanças ou pela ausência dos donos.
Como recomenda a professora da Anhanguera, um profissional qualificado está capacitado para identificar a fonte do problema e pode indicar os melhores produtos e tratamentos.
“É interessante esperar pela opinião de um especialista antes de investir em sprays e difusores, por exemplo, pois, na grande maioria das vezes, a micção em locais atípicos está associada a causas patológicas”, considera. “As consultas com o médico veterinário devem ser periódicas e são importantes para avaliar hábitos e características típicas dos gatos”, finaliza.
Comentários
