Cobra-de-duas-cabeças não é cobra-cega, serpente ou lagarto: entenda sobre o animal que surgiu em empresa do litoral de SP
João Jordão, empresário de 28 anos, encontrou uma cobra-de-duas-cabeças presa na porta de seu estabelecimento de móveis planejados ‘Dublin Design’, localizado na Avenida 19 de Maio, bairro Jardim Albatroz, na cidade de Bertioga.
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“Eu moro na região há anos, como empresário e cidadão, sempre preservo a fauna e flora, independente de qual ser vivo seja, como a cobra-de-duas-cabeças. Nós resgatamos ela com todo cuidado possível e levamos para o Departamento de Operações Ambientais (DOA) da cidade, na intenção de ajudá-la com um atendimento veterinário se necessário”.
A Secretaria de Meio Ambiente de Bertioga informa que a cobra foi resgatada e levada diretamente ao Departamento de Operações Ambientais (DOA) pelo municípe. A pasta destaca que o animal estava bem e foi devolvido pelas equipes do DOA ao seu habitat.
"A Dublin Design se orgulha da conduta ética e ambiental. O animal foi resgatado por um colaborador e encaminhado para os cuidados veterinários no Departamento de Operações Ambientais (DOA) da cidade. Nós prezamos a fauna e flora do litoral paulista"
Mas e aí, ficou curioso né? A cobra-de-duas-cabeças é um ser muito peculiar e pode ser confundido com uma cobra-cega, por exemplo, mas as diferenças são enormes de acordo com os especialistas.
De acordo com o biólogo do Brasil Escola, Diogo Provete, no Brasil há 67 espécies de Anfisbenas. As cobras-de-duas-cabeças não são cobras-cegas, que pertencem à outra classe, chamada de Amphibia. As Anfisbenas são definidas como répteis, com o corpo cheio de escamas e com a cloaca encontrada transversalmente em relação ao plano do tronco.
As cobras-de-duas-cabeças também são denominadas ibicara, ibijara, licranço, mãe-de-saúva e ubijara.
Estes animais também não podem ser considerados “serpentes”, pois já pertencem a uma subordem específica de mesmo nome. Também não são lagartos desprovidos de patas, pois estes pertencem à subordem Sauria. No passado, porém, eram caracterizados como lagartos sem patas, como é possível observar no vídeo de do biólogo Richard Rasmussen:
Você deve estar se perguntando: qual o perigo de uma cobra-de-duas-cabeças? Estes animais não são venenosos, mas podem morder. A anatomia de seu corpo é feita para confundir o predador, fazendo-o acreditar que são duas cabeças, o que desvia a atenção na hora do ataque, dando vantagem ao "fator surpresa".
Existem mais de 200 espécies de Amphisbena no mundo, e o Brasil é o país com maior diversidade de espécies, com mais de 60 reconhecidas cientificamente. Entre elas as mais recorrentes:
Este animal possui hábitos carnívoros e se alimenta de pequenos invertebrados, larvas, vermes e até pequenos mamíferos, que aparecem em seus túneis.
Vivem em túneis, resultado das adaptações morfológicas que esses animais usam para auxiliar na escavação. O modo de vida deste réptil fossorial (que vive em sistemas de túneis construídos por ele mesmo) ocorre com o uso da principal ferramenta: a cabeça.
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“Assim, nas espécies com a cabeça arredondada, o mecanismo de escavação é generalizado, e nas espécies com a cabeça em forma-de-pá, de espátula ou com uma quilha vertical, é especializado. O crânio é resistente, formado por placas ósseas rígidas, que devem suportar as investidas da cabeça”, detalha o estudo de Maria Eliana Carvalho Navega-Gonçalves e João Paulo de Almeida Benites, publicado pela Revista Brasileira de Zoociências .
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