Pesquisador da USP estudava outro aspecto do comportamento animal em grupo de 33 primatas selvagens quando observou comportamento entre machos. Registro, que rendeu artigo científico, é o primeiro entre espécie fora de cativeiro
Da redação
Publicado em 09/04/2022, às 11h00 - Atualizado às 12h00
Um pesquisador da Universidade de São Paulo registrou um comportamento homossexual inédito fora de cativeiro entre macacos-prego do gênero Sapajus.
Enquanto estudava outro aspecto dos hábitos dos animais, o cientista foi surpreendido por seis macacos machos diferentes com comportamentos homossexuais, em um grupo de 33 primatas da espécie Sapajus libidinosus que vivem no Parque Ecológico do Tietê, na Zona Leste de São Paulo.
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A descoberta, que rendeu um artigo científico, foi divulgada nesta quinta (7) pelo Jornal da USP. Segundo o veículo, as observações foram feitas durante um experimento do doutorando Henrique Rufo, que estuda o aprendizado social dos macacos-prego com orientação do professor da Universidade Eduardo Ottoni.
O pesquisador estava analisando como os animais iriam usar ferramentas para acessar caixas de melado com alguns furos, inseridas por ele no ambiente onde os animais vivem. Caso os macacos empregassem algum objeto da natureza como ferramenta para acessar o alimento, o cientista também analisaria como esse aprendizado iria se espalhar pelo grupo.
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Enquanto o comportamento dos macacos era gravado, inesperadamente, houve quatro ocasiões em que um macaco macho se aproximou de outro macaco macho que estava interagindo com alguma das caixas, montou nele e começou a realizar atos sexuais.
A descoberta, publicada no jornal científico Behavior, pode contribuir em novos estudos sobre comportamento homossexual entre primatas. Até agora, só existiam registros publicados de comportamento homossexual entre macacos-prego do gênero Sapajus em cativeiro.
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Interações entre indivíduos do mesmo sexo não são incomuns entre outras espécies de macacos na natureza. Elas podem envolver toque, estímulo oral, exibição de genitais ou a monta e já foram observadas em orangotangos, bonobos, langures, mandrils, babuínos e chimpanzés, na África e Eurásia.
Nas Américas, os comportamentos já foram observados em macacos-de-cheiro, macacos-aranha e, agora, também em macacos-prego.
Com informações de Jornal da USP | Sebastião Moura
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