RESGATE ANIMAL

Saga de elefante-marinho no litoral de SP tem mais um capítulo, com resgate desafiador

Animal reapareceu em uma praia da ilha do Cardoso, no litoral sul, em um costão rochoso e apresentava perda de peso e lesão acima do olho direito

Esther Zancan
Publicado em 04/02/2025, às 15h01 - Atualizado às 15h18

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Elefante-marinho  é uma fêmea e pesa mais de 230 quilos - Reprodução/IPeC
Elefante-marinho é uma fêmea e pesa mais de 230 quilos - Reprodução/IPeC

Um elefante-marinho fêmea (Mirounga leonina) tem vivido uma verdadeira saga pelo litoral de São Paulo. Após ter aparecido, sido resgatado, recebido cuidados e solto, em Guarujá, em novembro de 2024, o animal ressurgiu em 16 de janeiro em uma praia da ilha do Cardoso, no litoral sul paulista. O Instituto de Pesquisas Cananeia (IPeC) constatou que o elefante-marinho estava sem lesões e apenas descansando, o que é um comportamento normal da espécie. 

Só que, 10 dias depois, em 26 de janeiro, o elefante-marinho reapareceu em outra praia da mesma ilha do Cardoso, só que agora aparentava perda de peso, menor reatividade e uma lesão bem acima do olho direito. Diante da situação, a equipe do IPeC optou por efetuar o resgate, visto que o animal estava em uma área isolada e de difícil acesso. E é aí que começa um resgate desafiador.

De acordo com o instituto, eles já possuiam uma caixa de transporte, que havia sido construída pela própria equipe do IPeC, desde a última avaliação do elefante-marinho. Mas levar a caixa de 150kg, de barco, até uma praia isolada da ilha do Cardoso não foi tarefa das mais fáceis. Para complicar, era um dia de vento forte e mar revolto. No local, para aumentar ainda mais o grau de dificuldade, o elefante-marinho havia se acomodando em meio a um costão rochoso, o que dificultou bastante o acesso a ele e, mais ainda, o manejo para colocá-lo dentro da caixa.

Elefante-marinho
Elefante-marinho estava em um costão rochoso e teve que ser levado de barco até Cananeia - Reprodução/IPeC

Após muito trabalho, o elefante-marinho de 233kg foi colocado na caixa de transporte. A partir de então, surgiu o maior de todos os desafios: colocar a caixa, agora com quase 400kg, no barco e retornar para Cananeia, onde fica a sede do IPeC. Com a ajuda de monitores ambientais e alguns populares, a equipe do instituto conseguiu, com êxito, embarcar o animal. E com a ajuda de pescadores, a caixa foi desembarcada em Cananeia. O elefante-marinho chegou em segurança até o Centro de Reabilitação do IPeC.

Ainda de acordo com o instituto, a ilustre paciente, já que se trata de uma fêmea, tem recebido os cuidados necessários; o IPeC informa que, em breve, divulgará mais atualizações sobre o seu estado de saúde. O instituto também agradeceu a ajuda dos monitores, populares e pescadores, que auxiliaram no embarque e desembarque da paciente gigante.

O IPeC faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), e é responsável pelo monitoramento na região de Cananeia, no extremo sul do litoral paulista. Ao encontrar um animal em uma das praias da região, entre em contato com o instituto pelos telefones (13) 3851 1779 e 0800 642 33 41. Vale lembrar que sempre se deve manter distância do animal, não tentar alimentá-lo, nem dar água, molhar ou espantá-lo para a água.

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Esther Zancan

Esther Zancan

Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.

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