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Com pequena redução, desmatamento ainda ameaça Mata Atlântica

Área total desmatada caiu 14% em 2024, mas pressão sobre matas maduras persiste e amplia riscos ao clima, biodiversidade e à população


Redação
Publicado em 12/05/2025, às 16h24

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SAD Mata Atlântica mostra que grandes derrubadas se mantêm ativas - Arquivo EBC
SAD Mata Atlântica mostra que grandes derrubadas se mantêm ativas - Arquivo EBC

O desmatamento na Mata Atlântica registrou  leve redução em 2024, mas continua em um patamar preocupante. Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, desenvolvido com apoio do MapBiomas.

O SAD apontou queda de 14% na área desmatada em relação ao ano anterior, totalizando 71.109 hectares em 2024. Já o Atlas, que considera fragmentos maiores e matas mais maduras, registrou apenas 2% de redução: de 14.697 para 14.366 hectares. A perda equivale à emissão de quase 7 milhões de toneladas de CO², segundo o levantamento.

A SOS Mata Atlântica alerta que, embora os números demonstrem avanço no monitoramento, o ritmo de redução está muito abaixo do necessário. “O desmatamento ainda representa uma grande ameaça para o futuro da Mata Atlântica. E esse é também o futuro de todos nós”, afirma Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da ONG. Ele lembra que o bioma abriga 70% da população brasileira e é responsável por mais de 80% do PIB nacional.

Risco aos serviços ecossistêmicos

Para Guedes Pinto, o impacto da perda das matas maduras vai além da biodiversidade. “A degradação da Mata Atlântica amplia o risco de colapso dos serviços ecossistêmicos essenciais à nossa qualidade de vida, à segurança alimentar e à economia do país.”

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, eventos climáticos extremos impactaram até áreas protegidas, revelando a vulnerabilidade das Unidades de Conservação diante da crise climática. A SOS Mata Atlântica defende ação coordenada entre fiscalização ambiental, adaptação climática e uso sustentável do solo.

Monitoramento constante

O Atlas da Mata Atlântica acompanha áreas acima de 3 hectares desde 1989 e orienta políticas públicas municipais. Já o SAD Mata Atlântica, criado em 2022, opera com alertas semanais e detecta fragmentos a partir de 0,3 hectare. Ambos têm execução técnica da Arcplan.

“O Atlas fornece uma visão consolidada do que está acontecendo com os remanescentes mais valiosos da Mata Atlântica. Ainda estamos longe da segurança ambiental e climática necessária”, afirma Silvana Amaral, coordenadora técnica do Atlas pelo Inpe.

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