Animal entrou pela porta da frente de colégio e tirava um cochilo tranquilamente próximo ao quadro de energia
A rotina escolar no litoral norte de São Paulo foi surpreendida por um visitante inesperado e sonolento. Na manhã de terça-feira (1º), um gambá (Didelphis aurita) foi encontrado tirando uma soneca nas dependências do colégio São Sebastião, localizado no bairro Vila Amélia, em São Sebastião. A cena inusitada mobilizou o Corpo de Bombeiros, que foi acionado para resgatar o animal.
Segundo relato do porteiro da escola, o animal entrou tranquilamente pelo portão principal, como se conhecesse bem o caminho. Em vez de causar confusão, seguiu em passos lentos até o corredor de acesso ao padrão de energia e, sem cerimônias, deitou para dormir. Quando os bombeiros chegaram, encontraram o gambá em sono profundo, que só foi interrompido por uma delicada operação de remoção, feita com cautela e técnica.
A operação foi bem-sucedida e ninguém saiu ferido. De acordo com os bombeiros, o animal foi levado para uma área de mata segura, longe do ambiente urbano, e alunos e professores puderam retomar as atividades sem maiores sustos.
Essa não foi a primeira vez que um gambá resolveu "matricular-se" em uma escola do litoral. Em janeiro, cinco exemplares da espécie Didelphis aurita invadiram a escola estadual Professora Maria Aparecida Pinto de Abreu Magno, em Bertioga.
Os animais foram resgatados pelo Departamento de Operações Ambientais (DOA) e soltos em habitat apropriado. A prefeitura de Bertioga disse que a espécie foi a campeã de chamados de resgate do DOA, com 84 ocorrências registradas em 2024.
O gambá é um animal essencial para o equilíbrio do ecossistema e até para a segurança das famílias, pois controla pragas urbanas ao se alimentar de escorpiões, cobras, aranhas e outros animais peçonhentos, pois é imune à peçonha deles. Entre setembro e dezembro, ocorre o período reprodutivo dos gambás-de-orelha-branca, quando nascem em média seis filhotes por gestação. Eles são marsupiais e ficam cerca de 46 dias na bolsa da mãe antes de subir em suas costas.
Muitos gambás são mortos por atropelamento ou por ações humanas, o que causa desequilíbrio ambiental e aumenta a presença de animais indesejados perto das casas. Os gambás não costumam atacar e só reagem quando se sentem ameaçados. Por isso, é importante não machucá-los e, ao encontrar um animal silvestre, acionar a Defesa Civil ou a Guarda Municipal pelos números 199 ou 153.