VERGONHA INTERNACIONAL

Maior jornal dos EUA critica plano de vacinação do Brasil: 'brinca com vidas' e 'atolado no caos'

Segundo New York Times, em reportagem de rodou o mundo, pandemia colocou o sistema público de saúde brasileiro "de joelhos'' e maneira como País lidou com a vacina é um ''caso de advertência'' a não ser seguido por outros países

Da redação
Publicado em 21/12/2020, às 11h35 - Atualizado às 12h09

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Dois dias após a publicação das duras críticas pelo New York Times, Bolsonaro lançou o plano nacional de vacinação que padece dos mesmo problemas apontados pelo jornal e foi criticado por especialistas. Mandeta, ex ministro da saúde, disse que o plano é de - Foto: Reprodução / TV Brasil
Dois dias após a publicação das duras críticas pelo New York Times, Bolsonaro lançou o plano nacional de vacinação que padece dos mesmo problemas apontados pelo jornal e foi criticado por especialistas. Mandeta, ex ministro da saúde, disse que o plano é de - Foto: Reprodução / TV Brasil

O New York Times (NYT), um dos jornais mais influentes do mundo, publicou na última semana uma reportagem em que analisa a atual conjuntura política do Brasil em relação à pandemia de coronavírus e os esforços do governo federal para viabilizar a vacina contra o vírus. A reportagem tem repercutido em diversos veículos de imprensa do Brasil e do mundo desde sua publicação.   

O NYT ressalta que mesmo com o Brasil possuindo um programa de vacinação reconhecido no mundo todo e com grande capacidade de produção de medicamentos, o plano de vacinação do governo de Bolsonaro, envolto em '‘lutas políticas internas, planejamento aleatório e um crescente movimento antivacinas'’ é pouco claro, o que faz do país um exemplo de advertência a não ser seguido.

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Os cidadãos do Brasil, país com segundo maior número de mortes da pandemia, ‘'não tem noção de quando poderão obter alívio de um vírus que colocou o sistema de saúde pública de joelhos'’, afirma o período norte-americano.

O jornal enumera as ações de Bolsonaro desde o início da pandemia. ‘'O presidente Jair Bolsonaro rejeitou as evidências científicas, chamou o vírus de 'gripezinha' que não justificava o fechamento da maior economia da região e repreendeu os governadores que impuseram medidas de quarentena e fechamento de empresas.’

De acordo com o influente jornal, o plano de vacinação divulgado pelo governo federal, somente após ordem do Supremo Tribunal Federal, não tem  “um cronograma detalhado e uma estimativa clara de quantas doses estarão disponíveis”

De acordo com o veículo, no Brasil, o acesso e a segurança da vacina também foi envolvido em uma disputa partidária.

Bolsonaro criticou repetidamente a vacina CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac BioNtech, e chegou a rejeitar o plano de seu ministério da saúde de comprar 46 milhões de doses. Em vez disso, o governo confiou na vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, que está atrasada na corrida para receber a aprovação dos reguladores de saúde.

''A cruzada do presidente contra a vacina chinesa criou uma oportunidade política de ouro para um de seus principais rivais políticos, João Doria, o governador do estado de São Paulo. Doria negociou diretamente com os chineses as doses da vacina, que está sendo desenvolvida em parceria com o centro de pesquisas do Butantan, de São Paulo", afirmou o NYT.

A alegação de Dória é que os estados não podiam esperar que o governo federal, que passou por três ministros da saúde durante a pandemia, agisse em conjunto. “Não podemos esperar até março para começar a usar uma vacina que pode ser usada em janeiro”, disse ele em entrevista.

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