Homem luta para não perder sua porca de estimação nos EUA

A disputa de um homem para manter sua porca vem chamando atenção nos Estados Unidos. Wyverne Flatt, um morador de Canajoharie, uma cidade minúscula no interior de Nova York, alega que sua porca Ellie é “família”, um animal de suporte emocional que o ajudou a superar um divórcio e a morte de sua mãe.    

O problema é que autoridades e uma parte dos cerca de 2000 habitantes da cidadezinha encaram a situação de maneira bem diferente. Para eles, o porco é um animal de fazenda que Flatt está abrigando ilegalmente.

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O caso, divulgado hoje pela Associated Press, pode ser encaminhado em breve para um julgamento criminal. A briga de Flatt também tem chamado a atenção de defensores de porcos, que acreditam que os animais devem ser respeitados não só como alimento, mas como companheiros.

“Eu nunca poderia sonhar em me livrar de alguém que faz parte da minha família”, disse Flatt  à Associated Press. “Ela é muito inteligente, ela é mais inteligente que meus cachorros. Eu acho que ela pode prestar atenção em você quando você está se sentindo mal, porque ela vai querer entrar e se aconchegar com você”.

Ellie é uma porca barriguda vietinamita. Com uma expectativa de vida entre 12 e 18 anos, os porcos barrigudos são menores do que os porcos criados em fazendas, pesando em média 56 kg. Especialistas afirmam que eles são inteligentes, treináveis e livres de odores. Normalmente são limpos e sociáveis, embora alguns apresentem comportamento destrutivo.  

O norte-americado de 54 anos adotou a porca Ellie em 2018, quando ela era um bebê e ele morava em outro estado. Cerca de um ano depois, com a intenção de talvez abrir um restaurante, ele se mudou com a porquinha para a cidade onde mora atualmente. Além dela, Flatt tem dois cachorros e dois gatos.

Tudo mudou em 2019, quando, durante uma vistoria na casa de Flatt para um pedido de licença de construção, uma autoridade da cidade disse que o norte-americano estava abrigando a porca ilegalmente.

Seis meses depois, quando vizinhos notaram que ele ainda estava abrigando a porca, Flatt foi formalmente notificado de que estava violando uma regra municipal que proíbe animais de fazenda nas casas. Desde então, o norte-americano tem lutado com as autoridades locais.

Flatt afirma que as autoridades estão implicando com seu porco, que ele alega ser limpo e inteligente. Inúmeros vizinhos intercederam em favor dele, e assinaram declarações juramentadas dizendo que gostam da porquinha Ellie.

O prefeito da cidade disse que não comentaria um processo em andamento. Mas um advogado do município disse que o porco representa um potencial perigo à saúde pública e argumentou que “se todo cidadão zombasse abertamente das regras da cidade, viveríamos em uma sociedade sem lei”.

O destino da porca Ellien pode ser decidido por uma lei federal dos Estados Unidos que obriga os municípios a fornecerem uma “acomodação razoável” quando for comprovado que um animal oferece suporte emocional para uma necessidade relacionada à alguma deficiência.

A cidade argumentou que está disposta a cumprir a exigência federal, mas que Flatt não se encaixaria na lei. Um parecer emitido por uma enfermeira dizendo que a porquinha ajudou o norte-americano a sair da medicação está em disputa.

Kirsten Dunn, uma advogada do município, acusa Flatt de não fornecer nenhuma prova legítima de que seja uma pessoa com deficiência ou que o suporte emocional da porca  seria um remédio adequado para sua condição.

Kirsten também disse que um cartão com a foto da porquinha Ellie, afirmando que ela é um “animal de suporte emocional registrado” foi obtido online, mediante o pagamento de uma taxa, sem a devida verificação.  

Um julgamento estava programado para começar no próximo dia 22 de março, mas foi adiado. Se for considerado culpado, o norte-americano pode ser preso ou ter sua porca tirada dele, afirmou seu advogado.

Flatt disse que recebeu ofertas de pessoas para abrigar Ellie fora da cidade, mas ele quer lutar para ficar com ela. “Espero que isso abra um precedente para que as pessoas comecem a entender que esses são animais de estimação”, disse ele. “não é algo que você leva para casa, mata e come.”

Com informações de Associated Press | Michael Hill

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