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Estudo diz que lagostas e caranguejos sentem dor e não devem ser cozidos vivos

Ao todo, 300 pesquisas científicas apontaram que esses animais são 'conscientes'

Da redação
Publicado em 24/11/2021, às 11h48 - Atualizado às 14h04

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Relatório britânico envolveu 300 pesquisas científicas e apontou para 'consciência' de animais marítimos Estudo diz que lagostas e caranguejos sentem dor e não devem ser cozidos vivos Lagosta servida em prato de restaurante, decorada com rodelas de limão - Divulgação/Marettimo
Relatório britânico envolveu 300 pesquisas científicas e apontou para 'consciência' de animais marítimos Estudo diz que lagostas e caranguejos sentem dor e não devem ser cozidos vivos Lagosta servida em prato de restaurante, decorada com rodelas de limão - Divulgação/Marettimo

Se você é um(a) apreciador(a) de frutos do mar, saiba que o modo de preparo desse tipo de alimento pode estar errado. Polvo, caranguejos e lagostas são capazes de sentir dor ou sofrimento e não devem ser cozidos vivos, segundo análise encomendada pelo governo do Reino Unido.

A avaliação britânica ainda acrescentou as criaturas a uma lista de seres sencientes a serem protegidos pelas novas leis de bem-estar animal. O relatório de especialistas da London School of Economics analisou 300 estudos científicos para avaliar as evidências dessa 'consciência'.

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Eles afirmam que cefalópodes (como polvos, lulas e chocos) e decápodes (como caranguejos, lagostas e lagostins) devem ser tratados como seres capazes de sentir ou perceber através dos sentidos.

Cabe lembrar que os vertebrados (animais com coluna vertebral) já são classificados como sencientes na nova legislação de bem-estar animal atualmente em debate no Reino Unido.

“O projeto de Lei de Bem-Estar Animal fornece uma garantia crucial de que o bem-estar animal seja corretamente considerado ao desenvolver novas leis. A ciência agora está clara que decápodes e cefalópodes podem sentir dor e, portanto, é justo que sejam cobertos por esta parte vital da legislação”, disse o ministro do Bem-Estar Animal, Lord Zac Goldsmith, em um comunicado.

Embora ainda não tenha sido aprovado, o projeto de lei estabelecerá um Comitê de Senciência Animal. Ele emitirá relatórios sobre como as decisões do governo levaram em consideração o bem-estar dos animais 'conscientes'. A ação faz parte de um plano governamental mais amplo, que visa, sobretudo, o bem-estar animal.

Além disso, o relatório ainda afirma que lagostas e caranguejos não devem ser cozidos vivos e inclui as melhores práticas para o transporte, atordoamento e abate de decápodes e cefalópodes.

Como funcionou o relatório

A 'consciência' desses animais foi avaliada por oito diferentes maneiras de medir a sensibilidade, incluindo capacidade de aprendizado, presença de receptores de dor, conexões entre receptores de dor e certas regiões do cérebro. Também foi analisada a resposta a anestésicos ou analgésicos e comportamentos, incluindo equilíbrio entre ameaça e oportunidade de recompensa e proteção contra ameça ou ferimento.

O estudo encontrou evidências “muito fortes” de sensibilidade em octópodes e evidências “fortes” na maioria dos caranguejos. Já outros animais nesses dois grupos, como lulas, chocos e lagostas, eles descobriram que as evidências eram substanciais, mas não fortes.

Contudo, o relatório disse que esses vários graus de evidências refletem disparidades na quantidade de atenção que diferentes animais recebem dos cientistas.

“A atenção científica gravitou em torno de alguns (animais) em vez de outros por razões de conveniência prática (por exemplo, quais animais podem ser bem mantidos em laboratórios) e geografia (por exemplo, quais espécies estão disponíveis onde um laboratório está localizado)", destacou o relatório.

"Por causa dessa situação, nós achamos que seria inapropriado limitar a proteção a ordens específicas de cefalópodes, ou a subordens específicas de decápodes”, apontou o documento.

Para quem ainda não assistiu, o documentário “Professor Polvo” (2020), na Netflix, exibiu as habilidades únicas dos polvos. A película mostra que a estrutura do cérebro dos polvos é muito diferente da dos humanos, No entanto, tem algumas das mesmas funções dos cérebros dos mamíferos, como habilidades de aprendizado, incluindo a capacidade de sonhar e resolver problemas.

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