Internacional

Chilenos fazem atos em apoio a saque da aposentadoria durante pandemia

Os tumultos ocorreram poucas horas antes da retomada do debate no Congresso

Da Redação
Publicado em 16/07/2020, às 03h20 - Atualizado em 24/08/2020, às 08h16

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© IVAN ALVARADO
© IVAN ALVARADO

Manifestantes chilenos desafiaram a quarentena adotada em Santiago para conter a disseminação do novo coronavírus, montando barricadas em ruas, em apoio à proposta para permitir que a população saque parte da aposentadoria durante a crise provocada pela pandemia.

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Os tumultos ocorreram poucas horas antes da retomada do debate no Congresso sobre o projeto de lei, que garantiria aos cidadãos acesso a 10% de suas aposentadorias no sistema Administradores de Fundos de Pensão. Um plano semelhante, para uma retirada de 25%, foi aprovado no Peru em abril.

Mensagens publicadas nas redes sociais para divulgar os protestos usaram o slogan "Quero meus 10%", e pessoas bateram panelas em janelas e varandas de toda a cidade e do país para manifestar apoio à proposta.

O plano, que uma pesquisa feita em julho pelo Instituto Cadem mostrou contar com a aprovação de 83% dos chilenos, passou por votação inicial na Câmara Baixa do Parlamento na semana passada, graças ao apoio de 13 parlamentares da coalizão governista, que votaram contra a orientação do governo.

O sistema previdenciário do país, que é criticado pelos pagamentos baixos, esteve no centro dos protestos ocorridos no ano passado. Os atos, os mais violentos desde o retorno do Chile à democracia em 1990, mergulharam Santiago e grande parte do país no caos e causaram bilhões em danos e perdas.

Na terça-feira, 14, o presidente Sebastián Piñera ampliou o socorro emergencial aos cidadãos de classe média, abalados pela adversidade econômica provocada pela pandemia, em uma última tentativa de frear a legislação que permitiria aos chilenos sacar de seus fundos de pensão.

O governo Piñera argumenta que a proposta equivale a um "gol contra", enfraquecendo um sistema já em dificuldade e atingindo mais duramente os pobres, que são os mais dependentes das pensões.

O Chile continua sofrendo com o surto deo novo coronavírus. Há quase 320 mil casos confirmados e mais de 7 mil mortes, e Santiago e muitas grandes cidades do norte minerador do país estão sujeitas a medidas de isolamento.

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