TEMPERATURAS ELEVADAS

Verão 2022: conheça os efeitos do fenômeno La Niña

Veja o que isso significa para o clima do Brasil e da nossa região

Da redação
Publicado em 23/12/2021, às 20h03 - Atualizado em 24/12/2021, às 09h34

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Silvio Dutra
Silvio Dutra

O verão começou no dia 21 de dezembro em todo o país. E a estação mais quente do ano, que vai até 20 de março, tem características os dias mais longos, temperaturas mais altas, aumento da umidade e chuvas constantes em boa parte do país.

E, neste verão, pela segunda vez consecutiva, será sentido o fenômeno climático conhecido como La Niña. O alerta é da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos.

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A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Andrea Ramos, diz que o fenômeno começou a ser sentido no início de novembro, com influência no clima brasileiro. Ela aponta as recentes chuvas que causaram alagamentos em vários municípios da Bahia, e comenta sobre as características do La Niña.

O motivo do La Niña influir no clima é que o fenômeno promove mudança anormal de pressão da atmosfera no oceano Pacífico, causando seu resfriamento.

O final do verão será entre os dias 20 ou 21 de março, quando acontece o fenômeno astronômico do equinócio, período quando o Sol incide com maior intensidade nas regiões próximas à linha do Equador.

O que é o La Niña

Para entender o que é La Niña, é necessário explicar o fenômeno mais geral em que está inserido: o chamado evento ENOS ou El Niño-Oscilação Sul.

O El Niño é um fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, principalmente nas zonas equatoriais.

Ele ocorre normalmente em intervalos médios de quatro anos, geralmente em dezembro, próximo ao Natal e, por isso, é chamado assim, em referência ao "Niño Jesus" ("Menino Jesus").

O El Niño causa o enfraquecimento dos chamados ventos alísios (deslocamentos de massas de ar quente e úmido em direção às áreas de baixa pressão atmosférica das zonas equatoriais do globo terrestre).

Esses ventos sopram de leste para oeste, acumulando água quente na camada superior do Oceano Pacífico perto da Austrália e Indonésia.

Assim, quando o El Niño ocorre, a camada de águas superficiais quentes do Pacífico acaba se deslocando ao longo do Equador em direção à América do Sul.

Ventos quentes favorecem a evaporação e, por consequência, a formação de nuvens.

No Brasil, isso normalmente se traduz em mais chuvas na região Sul e menos chuvas nas regiões Norte e Nordeste.

O La Niña é exatamente o oposto.

Durante esse fenômeno, os ventos alísios se intensificam e as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial acabam se resfriando.

No Brasil, ocorrem chuvas mais abundantes na Amazônia, com aumento na vazão dos rios e enchentes. No Nordeste, isso também significa maior precipitação. No Sul, as temperaturas sobem e há maior ocorrência de secas. No Sudeste e Centro-Oeste, os efeitos são imprevisíveis.

Geralmente, entre as duas fases, ocorre um período denominado " zona neutra " (em que estivemos até recentemente) em que nenhum dos dois eventos está notavelmente ativo e as temperaturas estão acima da média.

*Com informações da BBC News e Agência Brasil 

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