Doação de órgãos

Urgente: jovem de 16 anos precisa de um coração

Isadora Silva de Almeida, moradora de Bertioga, está internada no Instituto do Coração, em São Paulo, desde julho, à espera de um doador compatível para o transplante

Eleni Nogueira
Publicado em 04/11/2020, às 13h01 - Atualizado em 06/11/2020, às 11h17

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Isadora e a mãe, no carnaval da praia da Enseada, em Bertioga - Arquivo pessoal
Isadora e a mãe, no carnaval da praia da Enseada, em Bertioga - Arquivo pessoal

Já são quatro meses internada no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Isadora Silva de Almeida, moradora de Bertioga, completou 16 anos, no dia 13 de julho, em um quarto de hospital, onde aguarda por um doador compatível para o transplante de coração. Ela sofre de miocardiopatia hipertrófica, doença grave que leva ao aumento da espessura do músculo cardíaco, deixando-o mais rígido e com maior dificuldade em bombear o sangue, podendo levar à morte.

No dia 26 de junho deste ano, Isadora entrou na fila da Central de Transplantes do Estado de São Paulo para aguardar, em casa, por um doador. Mas, no dia 7 de julho passou muito mal e foi levada para o Incor, onde permanece internada. “Estamos aqui aguardando. Segundo os médicos ela só sai depois do transplante”, afirma a mãe, Edileide Rocha Silva de Almeida, que teve de largar o emprego de recepcionista em uma clínica da cidade, para acompanhar a filha. O pai Valdecir Oliveira de Almeida segue no emprego, mas vai para São Paulo todos os finais de semana para ver a filha e revezar a tarefa com a esposa.  

O transplante é a única solução para doenças que inviabilizam o funcionamento do coração e causam a chamada insuficiência cardíaca. Isadora tem prioridade na lista de espera, já que seu caso é grave, mas, conseguir um doador compatível não é fácil, pois depende de características diversas, que incluem desde o tipo sanguíneo até peso e altura. Uma espera angustiante. “Para ela ainda não apareceu um doador compatível. Os que apareceram foram para outros pacientes”, informou Leda.

Perfil do doador

No caso de Isadora, de acordo com o seu cadastro técnico de coração, é preciso que o doador tenha tipo sanguíneo O+, peso mínimo de 85kg e máximo de 120kg. A idade máxima é de 55 anos (com ecocardiograma ou cateterismo) ou 50 anos (sem ecocardiograma ou cateterismo). Quando foi feito o cadastro, a jovem pesava 85kg e agora está com 82. De acordo com a mãe, os médicos informaram que se ela perder um pouco mais de peso será mais fácil o transplante.   

“Graças a Deus ela é uma menina maravilhosa e fizemos questão, desde o começo, de que ela soubesse de tudo a respeito do problema dela; então ela sempre soube das limitações e de que poderia piorar. Ela leva tudo bem tranquilamente e isso ajuda muito, porque ficar aqui não é fácil e ela, apesar de querer ir embora, ver os amigos, consegue ficar de boa”, diz Leda.

Sintomas e diagnóstico

Os sinais da doença começaram a surgir quando Izadora tinha sete anos. De acordo com a mãe, a menina desmaiou na rua, ao ter uma convulsão, quando seguia para a escola. No Hospital Municipal de Bertioga ficou em observação e voltou para casa. Quatro meses depois ocorreu o segundo episódio, exatamente igual. Na ocasião ela foi entubada e transferida para o Hospital Ana Costa, em  Santos, onde ficou internada por 15 dias. “Foi aí que, com exames e mais exames, descobrimos que ela teria alguma coisa no coração e não só a convulsão”.

Entre idas e vindas a médicos, a família conseguiu uma vaga no Incor, onde foi diagnosticada a doença e iniciado o tratamento com remédios. Porém, conforme a menina foi crescendo, a doença foi se agravando e a partir dos 14 anos os medicamentos passaram a não surtir o efeito desejado. “A partir daí começou a dificuldade de andar de ir para a escola etc... Os cansaços foram mais frequentes”, afirmou a mãe, que descreve a filha como uma menina muito alegre e otimista e afirma que tais características ajudam muito.

Para ajudar a família com as despesas geradas com a nova rotina, amigos criaram uma vaquinha online que pode ser acessada aqui

Seja um doador

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil o número de famílias que não autorizam a doação ainda é alto. Em 2018,  por ocasião das celebrações do Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos foi lançado o vídeo intitulado Espalhe Amor Doe Órgãos. assista aqui

Um único doador pode salvar inúmeras vidas. Para isto, basta que a família, mesmo no momento de grande dor, autorize a doação de órgãos e tecidos, que só ocorre após o diagnóstico de morte encefálica.

Portanto, para ser um doador, o primeiro passo é avisar a família sobre este desejo. Não é necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios. 

Os órgãos doados vãos para pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada, em uma mesma base de dados. Cabe à Central Estadual de Transplantes, por meio desse sistema, gerar a lista de receptores compatíveis com o doador em questão. No caso de transplante cardíaco, o tempo é extremamente precioso, porque o coração fora do corpo só consegue ser preservado por, no máximo, quatro horas. 

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