Tubarão Tigre de 3,5 metros é pego em rede de pesca | Vídeo

Tubarões, em sua grande maioria, estão sob ameaça de extinção. A pesca é proibida

Da Redação
Publicado em 19/06/2019, às 08h27 - Atualizado em 23/08/2020, às 19h35

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Tubarão Tigre de 3,5 metros é pego em rede de pesca
Tubarão Tigre de 3,5 metros é pego em rede de pesca

O vídeo de um grande tubarão está circulando por grupos de WhatsApp e páginas do Facebook e causando polêmica. Alguns internautas chegaram a afirmar que o animal, supostamente, havia sido "pescado" em Itanhaém, no litoral do estado de São Paulo.

Outro vídeo que repercutiu nas redes sociais foi o de uma arraia gigante que arrastou por vários metros um barco de pesca e causou pânico nos tripulantes.

A reportagem do Sistema Costa Norte apurou que, na verdade, as imagens são da Praia de Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano. De acordo com Mateus Rodrigues dos Santos Pereira, estudante do último semestre do curso de Biologia Marinha na Universidade Santa Cecília, de Santos, "trata-se de um tubarão Tigre".

Segundo Mateus, o tubarão Tigre tem como características mandíbulas largas, dentes serrilhados e padronizados porém, a caraterística mais forte da espécie são listras, por todo o corpo, semelhantes as de um tigre. Com relação ao tamanho, o especialista estima que o animal do vídeo tem em torno de três metros e meio.

Quando perguntado sobre a possibilidade de um tubarão como este aparecer em nossas praias Mateus afirma ser possível por se tratar de uma espécie que está presente em toda a costa brasileira porém, não seria comum, a não ser que o meio ambiente estivesse desequilibrado. De acordo com o estudante "os tubarões, em sua grande maioria, estão sob ameaça de extinção e, todo animal ameaçado, tem a sua pesca proibida por lei e, na nossa região e país não se tem uma fiscalização efetiva ou necessária para barrar esses casos".

Sobre o risco de ataque Mateus Rodrigues afirma que "o risco é quase zero pois moramos em um lugar relativamente equilibrado e para isso acontecer seria necessário uma soma de diversos fatores que fulminariam em um desequilíbrio ambiental, somado com muito azar. Nós não estamos nos cardápios dos tubarões e, se estivéssemos, sequer conseguiríamos entrar na água do mar pois eles são animais muito completos e não teríamos chance no mar. Os ataques na verdade não passam de confusão ou disputa territorial em algumas espécies.

"Os ataques na região Nordeste do Brasil, mais precisamente em Recife são, em grande parte, consequência da construção de um porto na região de manguezal, que é o berçário da vida marinha, devastando assim os principais alimentos do tubarão. O descarte de restos de peixes e restos de abates de bovinos em locais próximos ao porto agravam a situação que, somada a escassez de alimento trazem também, através do cheiro do sangue dos restos desses animais, mais para perto da costa espécies de tubarões como, por exemplo, cabeça chata e tubarão tigre", complementa o estudante de biologia.

Mateus ainda afirma que "como tubarões não tem dedos para tocar e saber do que se trata, nesses casos, eles tendem, algumas vezes, a mordiscar algo que se movimente e que tenha o formato semelhante com alguns alimentos em potencial, por exemplo, surfistas em cima de suas pranchas que, olhados de baixo ficam parecidos com tartarugas. Esses casos são raros e eles sempre vão tentar soltar ou largar o qualquer coisa que não considerem como sua presa. Tubarões são animais de topo de cadeia e fazem um controle ambiental. Se forem extintos teremos proliferação em massa de animais que, em grande número, acarretarão consequências drásticas para a vida dos seres humanos".

Além de estar cursando o último semestre de Biologia Marinha na Universidade Santa Cecília, em Santos, Mateus Rodrigues dos Santos Pereira tem estágios de manejo e alimentação de tubarões no aquário Acqua Mundo em Guarujá, curso de anatomia de tubarões no Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente (IBIMM) e ainda cursos e trabalhos com tubarões Brancos na África do Sul.

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