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Terra, Planeta Água

Humanidade destrata o insumo; muitas partes do Brasil e do mundo vivem colapso com a falta do bem tão precioso

Thiago Reis Dantas
Publicado em 22/03/2023, às 06h10 - Atualizado às 16h09

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Patrick de Souza Domenich, Técnico em Sistemas de Saneamento, falou sobre a evolução tecnológica no tratamento da água Técnico Patrick Sabesp Repórter e entrevistado conversam numa área industrial. Os dois estão equipados com capacete - Davidson Carlos
Patrick de Souza Domenich, Técnico em Sistemas de Saneamento, falou sobre a evolução tecnológica no tratamento da água Técnico Patrick Sabesp Repórter e entrevistado conversam numa área industrial. Os dois estão equipados com capacete - Davidson Carlos

Quando o cantor e compositor Guilherme Arantes escreveu a canção Planeta Água no início dos anos 1980, a humanidade mais do que sabia da relevância deste líquido. Decisiva em vários momentos da história e imprescindível à vida, aproximadamente 70% do planeta são cobertos por água e apenas 2% são reservas doces. O Dia Mundial da Água tem como objetivo promover a conscientização sobre a sua relevância e o quanto dependemos dela. 

22 de março

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 22 de março de 1992. Desde então, o respeito pelo insumo cresceu, mas não uniformemente. Alguns países ricos em água como o Brasil desperdiçam o bem.
A água distribuída e usada pelo consumidor brasileiro, que poderia ser reutilizada, é descartada com frequência. Algumas regiões estão atentas a esse problema e tentam minimizar o desperdício.
Na Baixada Santista, captar, tratar e distribuir o insumo para os moradores das cidades que compõem a área metropolitana não é fácil, apesar da riqueza da fonte na região. A equipe do Portal Costa Norte conheceu de perto esta tarefa dentro da maior estação de tratamento de água do litoral e interior de São Paulo da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), a ETA Cubatão.

Boa parte da água fornecida para região da Baixada Santista é tratada e enviada pela ETA Cubatão ETA CUBATÃO Técnicos da Sabesp e o repórter conversam perto de um dos reservatórios de água da estação de tratamento (Davidson Carlos)

60 anos tratando da nossa água

Localizada em Cubatão/SP, quase na base da serra do mar e ao lado da pista norte da Via Anchieta, a estação completa em abril 60 anos de existência. O local tem capacidade para tratar mais de 4 mil de litros de água por segundo, levando-a para boa parte das cidades da Baixada Santista 

Para que isto aconteça, um processo dividido em várias etapas entra em ação. Tudo começa na captação. A água é retirada do rio Cubatão e entra nas tubulações até chegar à Caixa de Areia. Neste local, a água passa por uma das primeiras etapas de limpeza, explica o engenheiro de processos da Sabesp, Fernando Camacho. 

Após a passagem pela Caixa de Areia, a água segue para a Caixa de Mistura e produtos são adicionados para garantir que fique limpa. “Como a gente depende da água captada do rio, ela pode vir com impurezas decorrentes das chuvas e também do ciclo de estiagem. Então nós temos que atender o ano inteiro com a mesma qualidade e a mesma produção para atender a demanda da população”, afirmou o engenheiro. 

O engenheiro Fernando Camacho atua na Sabesp há mais de 30 anos e fala com orgulho do serviço prestado pela empresa Fernando Camacho O repórter e o entrevistado, equipados com capacete, conversam dentro de uma área de produção (Davidson Carlos)

Conforme as etapas avançam com a mistura de cloro e outros produtos, a água vai mudando de tom, a sujeira vai se acumulando em flocos e, de tanque em tanque, as impurezas vão ficando para trás, literalmente no fundo desses reservatórios.

A hora é da filtragem

Assim como o filtro aí da sua casa, essa etapa serve para purificar ainda mais a água; entretanto, dois trabalhos são de suma importância: o primeiro é a análise no laboratório da estação, onde todas as etapas são verificadas, desde a água que é captada no rio cubatão até o produto final que chega ao consumidor; o segundo é a operação realizada na sala de controle. 

O técnico em sistemas de saneamento da Sabesp, Patrick de Souza Domenich, falou sobre a importância desses locais. “Hoje em dia, a gente controla tudo pelo computador, mas o técnico responsável tem que mexer em dosagem, na parte de filtros. Quando eu cheguei, toda a análise era feita no laboratório.”

Patrick de Souza Domenich, Técnico em Sistemas de Saneamento, falou sobre a evolução tecnológica no tratamento da água Técnico Patrick Sabesp Repórter e entrevistado conversam numa área industrial. Os dois estão equipados com capacete (Davidson Carlos)

Enfim, chegamos à parte final. Mais uma vez, produtos como Cloro e Flúor são adicionados à água que está praticamente pronta para o consumo.Um trabalho árduo exercido por muitos profissionais.

Mudanças climáticas

Fernando, que trabalha há mais de trinta anos no segmento, pede que as pessoas tratem a água com respeito. “O uso consciente acima de tudo! A natureza é imprevisível, então sempre estar preparado é o papel da Sabesp. As pessoas não sentem porque elas abrem a torneira e sai a água tratada, porém o ciclo hidrológico está se modificando. A natureza está respondendo através dos seus fenômenos e a gente tem que ter os reservatórios que garantam a água.”

Diferentemente de muitos locais do país, o sistema de abastecimento de água na Baixada não funciona por meio de represas de água bruta. Nossa região conta com 26 rios onde o insumo é captado. Após receber o tratamento, como na ETA Cubatão, a água potável segue para um dos 52 centros de reservação - uma espécie de caixa d' água - com capacidade total de 320 milhões de litros. Mesmo com esse número grandioso é preciso preservar, pois as mudanças climáticas que atualmente assolam o mundo podem afetar o regime de chuvas comprometendo nossa capacidade hídrica. 

Confira a matéria produzida pela TV Cultura Litoral

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