Após seis meses de tratamento, uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) encontrada na praia do Indaiá, em Bertioga, foi devolvida ao mar após reabilitação pelo Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna. Quando encontrado, o animal estava abaixo do peso, com grande quantidade de cracas pelo corpo, além de sinais de afogamento, ingestão de lixo e parasitose.
A tartaruga recebeu cuidados para recuperar sua capacidade respiratória e estímulos para retomar sua alimentação, à base de peixes e, posteriormente, crustáceos. A restrição de movimento que apresentava em seu membro anterior esquerdo foi superada aos poucos, inclusive com a possibilidade de lesão descartada por meio de Raio-X. O Gremar informou que o espécime retorna ao mar em boas condições clínicas e um peso considerado ideal: 21kg.
O animal foi devolvido ao mar no dia 7, em alto mar, na região do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos com uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) que encalhou em 19 de março na praia de Itaquitanduva, em São Vicente. Ela foi encontrada por turistas e apresentava um anzol ao redor de sua nadadeira. Acionada, a equipe do Gremar efetuou o resgate e a encaminhou para sua Base, para tratamento dos fibropapilomas que se acumulavam em suas nadadeiras e olhos.
Inicialmente ela foi mantida em ambiente seco, com toalhas úmidas sobre sua carapaça. Ao verificar sua evolução em testes periódicos de flutuabilidade, a equipe gradativamente aumentou o nível da água, para que ela estivesse apta à soltura tão logo recuperada da lesão. Isso se deu por meio de cirurgia, após exames hematológicos adequados. Com boa natação, controle de flutuação adequado e respiração normalizada, ela foi liberada para retornar ao seu habitat, pesando cerca de 14kg.
O trabalho de reabilitação é resultado do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos – PMP/BS, atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos pela Petrobras, conduzida pelo IBAMA.
O objetivo da iniciativa é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e necropsia em mortos. O PMP-BS tem caráter regional e está relacionado ao processo de licenciamento ambiental da Etapa 2 do pré-sal.
Durante o monitoramento, todos os animais vivos encontrados pelas equipes de campo são avaliados para verificar se precisam de atendimento veterinário. Se positivo, são encaminhados a um dos centros de reabilitação. Após o tratamento, os animais são novamente avaliados para atestar se já estão aptos a serem soltos, o que ocorre após a marcação de cada um dos indivíduos. Isso permite que seja feito um acompanhamento, caso o animal reapareça em outra região. Nos animais mortos é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas tais como pesca e tráfego de embarcações ou possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás.
Foto: Divulgação
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