Sócia-proprietária e gerente de manutenção da União do Litoral são indiciados

Costa Norte
Publicado em 10/02/2017, às 08h58 - Atualizado em 23/08/2020, às 15h49

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Oito meses após acidente com universitário na Mogi-Bertioga, familiares das vítimas ainda aguardam julgamento e indenização

Na última quarta-feira, 08, completaram-se oito meses do acidente com o ônibus de transporte universitário que resultou na morte de 17 estudantes residentes de São Sebastião e mais o motorista do veículo.  Como forma de protesto, familiares das vítimas se reuniram na frente do Fórum sebastianense, portando cartazes solicitando maior agilidade no julgamento do caso.

Na mesma semana, o grupo celebrou uma pequena vitória: o indiciamento de dois dos responsáveis legais pela empresa União do Litoral, que realiza o transporte dos estudantes de São Sebastião para universidades fora do município.

Daniela de Carvalho Soares Figueiredo, proprietária da empresa, e o gerente de manutenção, Adriano André do Vale, respondem agora na Justiça pelas mortes.

O inquérito foi aberto tendo em vista o laudo do acidente, que aponta que a falta de manutenção no veículo seria a causa determinante do acidente: um capotamento em curva após a perda dos freios e controle do ônibus.

Apesar de celebrar a decisão, o advogado José Beraldo, que representa os familiares de 12 das vítimas do acidente, quer que a dupla seja denunciada pelo Ministério Público por homicídio com dolo eventual, sendo julgada por Tribunal de Juri. “A Justiça começou a ser feita. Ainda estou pressionando as autoridades competentes, acelerando os autos do inquérito policial e dando andamento às dezenas de indenizações em trâmite, tudo a fim de se buscar justiça às famílias que perderam seus entes queridos e uma indenização mais do que justa e compatível ao poder aquisitivo da União do Litoral e a extensão de seus danos”, afirma o advogado.

Reunidos no Fórum, pais das vítimas solicitavam agilidade no julgamento das indenizações e afirmavam enfrentar descaso da empresa de transporte.  “Estamos aqui pedindo apenas justiça. Não recebemos nunca nenhuma ligação da União do Litoral ou de seus proprietários. Dizem que estão nos dando apoio e é tudo enganoso”, afirma um dos pais, Otacílio Pereira de Lima Filho. “Eles foram negligentes e não nos deram nenhuma assistência. Essa semana meu falecido filho faria 20 anos e o único que perdeu fui eu. Só quero que a justiça seja feita e eles julgados em breve”, completa Jairo Viana de Oliveira.

Outro lado

A União do Litoral destacou em nota que indiciar não significa que a pessoa seja condenada. “O indiciamento no caso do acidente aqui discutido, se deu porque o delegado de polícia que cuida desse inquérito, entendeu haver indícios de suposta negligência na manutenção do coletivo acidentado, fato que foi contestado pela empresa e nos depoimentos colhidos nos autos do inquérito. A empresa juntou documentos que comprovam que a manutenção do coletivo estava em ordem”, conta a nota.

Sobre as reclamações de falta de assistência, a empresa afirma que “vem mantendo uma linha de discrição e respeito às famílias das vítimas”.

São Sebastião

Marina Veltman

Foto: José Beraldo

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