Saúde

Situação de violência sexual terá novo método de atendimento em Santos

Novo fluxo de atendimento em Santos em foi apresentado aos profissionais das secretarias de Saúde e Desenvolvimento Social, conselheiros tutelares em seminário

Da Redação
Publicado em 08/10/2018, às 11h57 - Atualizado em 23/08/2020, às 17h37

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Raimundo Rosa/PMS
Raimundo Rosa/PMS

Os casos de violência sexual passarão por um novo método de atendimento em Santos para ampliar o número de pessoas atendidas e garantir a qualidade no serviço. O planejamento foi preparado pela Secretaria de Saúde do município.

O primeiro atendimento deve ocorrer sempre em até 72 horas (três dias) após o ato de violência sexual. Mulheres, crianças e homens em situação de violência devem procurar uma das três unidades de pronto atendimento do município: UPA Central (rua Joaquim Távora, 250), Pronto-Socorro da Zona Leste (avenida Afonso Pena, 386) ou Pronto-Socorro da Zona Noroeste (rua Ministro Agamenon Magalhães s/nº). Mulheres maiores de 12 anos podem ainda procurar o Complexo Hospitalar dos Estivadores (av. Conselheiro Nébias, 401) ou o Hospital e Maternidade Silvério Fontes (mesmo endereço do PS Zona Noroeste).

O novo fluxo de atendimento foi apresentado aos profissionais das secretarias de Saúde e Desenvolvimento Social, conselheiros tutelares no seminário "Repensando a Violência Sexual", no qual também ocorreram palestras do médico Jefferson Derzett, sobre o atendimento às vítimas, e do advogado Marcos Coltrane, sobre os aspectos éticos e legais da violência sexual.

Segundo Milene Mori, enfermeira do Grupo Técnico de Saúde da Mulher de Santos, a última revisão havia ocorrido em 2013. Ela destacou: "Percebemos aumento na procura desse tipo de atendimento e estendemos a porta de entrada para todas as unidades de pronto atendimento e hospitais. Antes, apenas o Pronto-Socorro da Zona Noroeste era a referência de entrada no cuidado na rede municipal".

A pessoa é orientada a fazer boletim de ocorrência. Além disso, as unidades de saúde notificam a vigilância epidemiológica e o conselho tutelar. Nesses locais, é realizado o acolhimento necessário, bem como os testes rápidos para HIV, hepatites e sífilis; vacina contra a hepatite B; início do tratamento de profilaxia às infecções sexualmente transmissíveis e medicação para concepção de emergência.

Crianças, mulheres e adolescentes são encaminhadas ao Programa de Atenção Integral às Vítimas de Violência Sexual (Paivas), que funciona no Instituto da Mulher e Gestante, onde são acompanhados por seis meses por uma equipe multiprofissional.

Já os homens, travestis, transexuais e membros da comunidade LGBT passam por acompanhamento de um semestre com equipe multiprofissional no Serviço de Atenção Especializada, que funciona na sede da Coordenadoria de Controle de Doenças Infectocontagiosas.

Após os seis meses de acompanhamento, se necessário, o paciente é encaminhado para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

No Paivas, as mulheres passam por teste de gravidez. Caso seja positivo e a gestante aceite o bebê, inicia o pré-natal no Instituto da Mulher e Gestante. Caso não aceite, é iniciado o protocolo de interrupção legal de gravidez em casos de estupro e, posteriormente, a paciente é encaminhada para o procedimento na unidade de referência, com atendimento humanizado, conforme preconiza a lei federal 12.845, de agosto de 2013.

Em 2017, foram registrados 114 casos de violência sexual ocorridos em Santos e, em 2018 (de janeiro a agosto), foram 57. Com relação a pessoas que vivem em Santos, 121 sofreram violência sexual em 2017, mesmo que em outros municípios, e 66 em 2018 (de janeiro a agosto).

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