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São Paulo tem galeria de arte a céu aberto "no meio da quebrada"

EBC Geral
Publicado em 05/02/2022, às 13h16 - Atualizado às 13h20

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© Rovena Rosa/Agência Brasil - © Rovena Rosa/Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil - © Rovena Rosa/Agência Brasil

Uma galeria de arte a céu aberto “no meio da quebrada”. É assim que o rapper Catata Crazzy, batizado Ezequias Cardoso, de 34 anos, descreve a comunidade em que vive.

O artista Catata Crazzy mostra as obras da Favela Galeria, em São Mateus, zona leste da capital - Rovena Rosa/Agência Brasil

Foi em 2009, com o projeto Favela Galeria, que o colorido do grafite começou a ganhar muros, portões e vielas da Vila Flávia, no bairro São Mateus, na zona leste paulistana. Hoje, se colocadas em linha reta, as pinturas somam mais de 3 quilômetros de exposição.

“O grafite trouxe mais vida para os lugares, inclusive, aqui na minha residência”, conta a moradora do bairro Liz Martins, de 43 anos. Quando fazia uma reforma em sua casa, perguntaram se Liz cederia o muro da casa para um grafite.

Obras da Favela Galeria - Rovena Rosa/Agência Brasil

Ela não teve dúvidas. “Ainda mais que foi no meio da pandemia e eles falaram que era para fazer homenagem ao pessoal da saúde”, relembra. Liz considera que a periferia é esquecida e acredita que projetos assim fazem com que “as pessoas se sintam mais acolhidas”.

Catata, que é integrante do projeto, conta que o bairro já é conhecido por atividades ligadas à arte, como grupos de rap e grafite. Com o Favela Galeria, além das pinturas, passaram a ser realizadas oficinas para os jovens da comunidade.

“Tem vários tipos de eventos que acontecem aqui. Artistas que se unem para pintar a quebrada e pessoas que fazem contato e quando a gente recebe algum recurso de projetos também fazemos [atividades]”, disse ao acrescentar que a ideia é transformar São Mateus no bairro da arte.

Catata destaca que o projeto se insere dentro de uma lógica comunitária e territorial. “Tudo que a gente faz tem uma preocupação com o território. Nessa época de pandemia, as nossas atividades artísticas diminuíram, mas as nossas atividades aqui dentro não diminuíram. A gente, da nossa maneira, e com apoiadores conseguimos fortalecer [as pessoas] nessa época [apoio necessário, como cestas básicas].”

Se colocadas em linha reta, as pinturas somam mais de 3 quilômetros de exposição - Rovena Rosa/Agência Brasil

Edição: Denise Griesinger

Fonte: EBC Geral

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