CUIDADO

Santos alerta: descarte de alimentos atrai pombos e ameaça a saúde pública

Prefeitura fiscalizou Fonte do Sapo e identificou descarte irregular de alimentos; fezes das aves podem transmitir doenças


Redação
Publicado em 17/06/2025, às 11h10

FacebookTwitterWhatsApp

Santos alerta: descarte de alimentos atrai pombos e ameaça a saúde pública
Equipes orientaram frequentadores e comerciantes da orla da praia sobre os perigos de alimentar pombos - Divulgação/Carlos Nogueira/Prefeitura de Santos

A prefeitura de Santos promoveu uma ação de fiscalização, na segunda-feira (16), na Fonte do Sapo, na orla da praia da Aparecida, com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos à saúde associados à proliferação descontrolada de pombos urbanos. Durante a vistoria, foi encontrado um foco de descarte irregular de alimentos, que motivou a limpeza imediata da área.

Segundo Liseane Quadros, chefe da equipe de Informação, Educação e Comunicação (IEC) da Secretaria de Saúde, o trabalho inclui orientações a comerciantes e munícipes sobre como evitar que as aves se concentrem em pontos turísticos da cidade. “Conversamos com os frequentadores e com quem trabalha na região para alertar sobre os riscos. A oferta de alimento favorece a reprodução dessas aves”, afirmou.

+Grave: pombos invadem refeitório e escolar e comem merenda

No primeiro semestre de 2025, o Centro de Vigilância e Controle de Zoonoses (CCZV) de Santos já atendeu 141 denúncias relacionadas à presença de pombos em áreas públicas e privadas. De acordo com os técnicos, o controle das aves depende diretamente da mudança de hábitos da população, principalmente, quanto ao descarte correto de resíduos e à vedação de espaços que possam servir de abrigo.

Os pombos encontram condições ideais para reprodução em locais que ofereçam alimento, acesso e abrigo. Telhados, forros, caixas de ar-condicionado e marquises são ambientes propícios à formação de ninhos, especialmente durante o período reprodutivo. A prefeitura recomenda adaptações como a vedação de frestas, instalação de telas e retirada de ninhos e ovos.

Doenças do pombo

Além de causarem danos estruturais, os pombos podem transmitir doenças graves, como salmonelose, histoplasmose e criptococose, geralmente por meio do contato com fezes contaminadas.

  • Salmonelose - Acomete quem ingeriu alimentos com resquícios de fezes de pombo contaminadas. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, falta de apetite, cólicas, diarreia com ou sem sangue;
  • Histoplasmose - Atinge o ser humano após a aspiração do fungo presente nas fezes do pombo. A doença ataca o sistema respiratório e não costuma causar sintomas em sua forma aguda. Já na forma crônica, que geralmente acomete pessoas com o sistema imunológico comprometido, provoca tosse seca, febre, dor no peito e nas juntas e inchaço nas pernas. Em casos mais severos, dá sudorese excessiva, falta de ar e tosse com sangue;
  • Criptococose - Pode levar à morte, a depender do tipo de fungo que acomete a vítima após inalação. Frequentemente, atinge o sistema neurológico e causa meningite subaguda ou crônica, cujos sintomas são febre, fraqueza, dor no peito, rigidez na nuca, dor de cabeça, náusea, vômito, suor noturno, confusão mental, alterações de visão, podendo haver comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.

A limpeza desses resíduos deve ser feita com água clorada; não é recomendado varrer ou usar pano seco. Use de proteção facial durante o procedimento.

As denúncias sobre descarte irregular de alimentos, acúmulo de fezes ou alimentação de pombos devem ser encaminhadas à ouvidoria municipal pelo telefone 162, site e presencialmente, no paço municipal (praça Mauá s/nº – térreo), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18 horas.

Para mais conteúdos

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!