interditada

Rodovia Mogi-Bertioga segue sem previsão de liberação

Diretor da Defesa Civil de Bertioga acompanha os trabalhos de perto e afirma que o serviço será demorado

Marina Aguiar
Publicado em 19/04/2018, às 13h55 - Atualizado em 23/08/2020, às 16h43

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Pedra de 300 toneladas foi implodida na noite de segunda-feira, 16 - Renato Inácio
Pedra de 300 toneladas foi implodida na noite de segunda-feira, 16 - Renato Inácio

O diretor da Defesa Civil de Bertioga, Jose Carlos de Souza, conhecido como Cambito, participou do programa Opinião, na TV Costa Norte, desta quinta-feira, 19, e esclareceu dúvidas sobre a interdição da rodovia Mogi-Bertioga, ao lado do presidente da Câmara de Bertioga, Ney Lyra; o advogado Ênio Xavier; e o presidente do Sistema Costa Norte de Comunicação, Ribas Zaidan. Segundo Cambito, que acompanha de perto o serviço de limpeza do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a liberação precoce da via pode ocasionar em mais desastres.

Desde janeiro, a rodovia foi interditada quatro vezes. "Tivemos mais de 20 deslizamentos nesse ano. O que mais nos chamou atenção foi o de 28 de março, uma quarta-feira. Estava quente, um dia de sol, do nada deu um estalo e desceu tudo. Depois veio uma pedra de 250 toneladas e complicou a nossa vida. No domingo, 1,  choveu mais de 133 mm, aí veio outra pedra, ainda maior, de aproximadamente 300 toneladas", descreveu.

Segundo Cambito, ainda não existe previsão de liberação. Ney Lyra criticou: "Como os técnicos fazem os laudos de uma pedra de 300 toneladas e não retiram? Não acredito que vá a abrir nos próximos dias. Se reabrir vai fechar de novo. Acredito que precisa ficar fechado por mais 30 dias se preciso, mas que liberem com segurança", declarou.

O superintendente do DER, Ricardo Volpi, afirmou que a liberação da via depende da divulgação de um laudo da Defesa Civil do Estado e do Instituto Geológico.

Inquérito

A 5ª Promotoria de Justiça de Mogi das Cruzes abriu um inquérito para para investigar as condições de segurança da rodovia Dom Paulo Rolim Loureiro (Mogi-Bertioga) e as frequentes quedas de barreira na via. A última interdição ocorreu no dia 11 de abril, após um grande desmoronamento na altura do km 89. Em seguida, no dia 15, uma pedra de cerca de 300 toneladas caiu e atrasou os trabalhos do DER, responsável pela via que segue interditada entre os km 69 e 98, sem previsão de liberação.

O departamento informou que as equipes continuam os trabalhos de limpeza dos materiais que escorregaram do talude (terra, lama, vegetação e retirada de pedras), no km 89 e, que os serviços são executados durante todo o dia e a noite. O órgão também informou que viaturas das Unidades Básicas de Atendimento e da Polícia Militar Rodoviária permanecem no local. Quanto ao inquérito, o DER afirmou que ainda não foi notificado, mas está à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações necessárias.

Mapeamento de risco

Nesta quarta-feira, 18, o DER informou que solicitou à Secretaria de Meio Ambiente que a Mogi-Bertioga, seja priorizada no mapeamento de riscos que será desenvolvido pelo Consórcio Regea-Pangea-Nipon (4x048), sob gerenciamento do Instituto Geológico. Dessa forma a rodovia será incluída já na primeira etapa de estudos, em fase de contratação.

O mapeamento é orientado pelo Termo de Referência desenvolvido pela área técnica da Secretaria de Meio Ambiente e pelo próprio IG. Além da Mogi-Bertioga, a primeira etapa, orçada em R$ 2,8 milhões, vai contemplar a Região Metropolitana de São Paulo e Baixada Santista. A segunda, o Litoral Norte paulista.

Ao DER compete a contribuição, por meio de trâmites legais licitatórios, para a contratação das empresas executoras. Em 27 de março de 2018, o DER homologou o Consórcio Regea-Pangea-Nipon (4x048) como vencedor da licitação para execução do Mapeamento de Riscos para a região Metropolitana de São Paulo e Baixada Santista. Agora, aguarda a contratada para assinatura dos documentos (o que deve ser feito até o final deste mês) e início efetivo dos estudos.

Imagem acervo site

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