DÚVIDA CRUEL

Queda do avião da Marília Mendonça foi falha humana ou mecânica?

Piloto da aeronave fez a aproximação do lado certo, mas "se afastou muito" do local recomendado para pousar

Da redação
Publicado em 05/11/2022, às 12h40 - Atualizado às 13h08

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Avião de cantora sertajena cai - Portal Costa Norte
Avião de cantora sertajena cai - Portal Costa Norte

Após um ano da morte da rainha da sofrência Marília Dias Mendonça em um acidente aéreo a caminho de um show em Minas Gerais, a Polícia Civil afirmou, nesta sexta-feira (4), que o piloto da aeronave não seguiu o padrão de pouso do aeródromo.

De acordo com o delegado da investigação, Ivan Lopes Sales, o piloto da aeronave fez a aproximação do lado certo, mas "se afastou muito" do local recomendado para pousar.

"O que a gente tem até agora na investigação, o que a gente sabe mediante depoimentos feitos é que o piloto não fez a manobra que se esperava, ele saiu da zona de proteção do aeródromo para fazer esse pouso. Então, é um fator que pode ter contribuído para que o acidente ocorresse", afirmou Ivan Lopes.

Ainda segundo o delegado, o piloto não tinha obrigatoriedade de pousar da forma padrão, “mas quando ele sai dessa zona de proteção do aeródromo, é por conta e risco dele”.

As investigações apontam ainda que o avião vinha muito baixo e se chocou com a rede de transmissão. Uma das hipóteses levantadas pelos investigadores para explicar por que o piloto fugiu desse padrão é que ele tenha tentado fazer um pouso "mais suave".

"Quando o piloto vai pousar, a gente imagina que ele vem como se estivesse fazendo uma rampa. Se ele afasta mais, essa rampa fica menos inclinada, então, uma hipótese que a gente pode trazer é de que ele teria se afastado para fazer uma rampa menos inclinada, o que daria um conforto maior para os passageiros", explicou o responsável pelo caso.

Ainda segundo o delegado Ivan, é comum que pilotos que vão pousar em aeródromos que não têm torre de controle para orientá-los em relação à aproximação, como o de Caratinga, façam contato com pilotos que costumam pousar no local. Entretanto, esse contato não foi realizado pelo piloto Geraldo Medeiros, da aeronave de Marília Mendonça.

Os exames descartaram que o piloto da aeronave tenha tido um mal súbito ou que ele estivesse sob efeito de medicamentos ou drogas.

A conclusão das investigações ainda depende da finalização de laudos por parte do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que vão indicar se houve ou não falha mecânica na aeronave.

"A gente aguarda a elaboração dos laudos por parte do Cenipa para que, se descartar de fato qualquer falha nos motores que fizesse com que a aeronave voasse tão baixo, a gente consiga caminhar para a conclusão de uma falha humana. Se vem um laudo falando que houve falha no motor, a investigação muda completamente", afirmou o policial.

Com informações do G1 Minas Gerais

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