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Poupatempo emite RGs para comunidade indígena em Bertioga

Foram emitidas 142 carteiras de identidade para os índios da reserva Terra Indígena Ribeirão Silveira

Marina Aguiar
Publicado em 27/12/2018, às 15h40 - Atualizado em 23/08/2020, às 18h12

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O pajé Gino Castro Xape’í, cujo nome significa ‘Iluminado’ - Governo do Estado de São Paulo
O pajé Gino Castro Xape’í, cujo nome significa ‘Iluminado’ - Governo do Estado de São Paulo

O Poupatempo entregou, no dia 18 de dezembro, 142 carteiras de identidade para os índios da reserva Terra Indígena Ribeirão Silveira, localizado entre os municípios de Bertioga e São Sebastião. O atendimento teve a missão de garantir cidadania para toda a população.

O cacique Adolfo Timótio Wera Mirim, de 53 anos, explica que o RG garante a cidadania aos indígenas. “O documento de identidade é importante para os índios, garante o acesso a serviços e benefícios de programas de governo, para viajar, para se identificar no hospital, ter acesso à aposentadoria ou ao mercado de trabalho”, argumenta o cacique.

A entrega de documentos para os índios é uma ação do Poupatempo em parceria com a Funai, prefeitura de Bertioga, Instituto de Identificação (IIRGD) e Secretaria das Relações do Emprego e Trabalho. Os 600 índios da reserva vivem de artesanato, ecoturismo e agricultura de subsistência.

Metade dos RGs eram de crianças e adolescentes, que receberam o documento pela primeira vez na vida. Os índios também receberam 59 carteiras de trabalho, entre outros documentos. “Aqui dentro da aldeia os índios não precisam portar o documento, mas quando saímos da reserva, nos tornamos cidadãos comuns”, diz o cacique, sobre as 130 famílias que vivem na reserva.

Segundo Silvia Cabral, da Coordenadoria de Atendimento do Poupatempo, o atendimento aos índios foi feito por funcionários da unidade de Mogi das Cruzes, que foram deslocados uma semana antes para coletar os dados pessoais, fotos e assinaturas. Atendimentos especiais semelhantes são realizados em todo o Estado em asilos, comunidades carentes ou para vítimas de tragédias como o incêndio no Largo do Paissandu, este ano.

Silvia conta: “Já participei de vários eventos externos, mas numa aldeia foi o primeiro. Mesmo com os índios que só falavam tupi-guarani, não houve problema. Recebemos ajuda e, mesmo com mímica, correu tudo bem. As fotos de alguns foram com a característica pintura no rosto”, conta Sílvia.

Márcio José Alvim, técnico indigenista da Funai, explicou que o mutirão de cidadania foi por meio de parceria com Poupatempo, Tribunal de Justiça do Estado, Receita Federal, prefeitura de Bertioga e cartório para dar acesso à documentação civil. "Teve uma índia que entrou no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina. Ela precisou dos documentos para o vestibular e para estudar em Florianópolis".

Os atendimentos foram realizados na Escola Estadual Indígena Txeru Ba e Kua-i. Os índios fizeram também o Cadastro Único, considerado a porta de entrada para que famílias com renda de até meio salário-mínimo por pessoa ou renda familiar total de até três salários-mínimos possam ser beneficiadas por programas do Governo Federal.

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