Greve

Portuários de São Sebastião entram em greve por falta de negociação de acordo coletivo

Paralisação vai atingir 120 empregados da Companhia Docas de São Sebastião

Da redação
Publicado em 27/08/2020, às 11h42 - Atualizado às 11h47

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Greve dos portuários de São Sebastião começou na manhã desta quinta-feira, 27  greve portuários são sebastião - Divulgação
Greve dos portuários de São Sebastião começou na manhã desta quinta-feira, 27 greve portuários são sebastião - Divulgação

Os trabalhadores da Companhia Docas de São Sebastião entraram em greve por tempo indeterminado, às 7 horas da manhã desta quinta-feira, 27. O motivo é a falta de negociação do acordo coletivo de trabalho. 

“Como não houve negociação, nosso único caminho é o movimento paredista. Mas informamos a empresa que continuamos receptivos a qualquer proposta do Codec (Conselho de Defesa dos Capitais do Estado) para renovação do acordo coletivo de trabalho, ainda que seja apenas pela manutenção das cláusulas do acordo vigente e garantia da data-base”, afirma o vice-presidente do Sindaport (Sindcato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazia, nos Terminais Privativos e Retroportuários e na Administração em Geral dos Serviços Portuários no Estado de São Paulo), João de Andrade Marques.

O sindicalista explica que, durante o movimento grevista, “não haverá suspensão da prestação de serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.

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João de Andrade afirma que a paralisação vai atingir 120 empregados da Companhia Docas de São Sebastião. “Nossa greve é porque a empresa até agora não aceita negociar nossa data base 2020. Além disso, a Autoridade Portuária não cumpriu as sentenças referentes aos dissídios coletivos de 2018 e 2019”, ressalta.

Segundo o advogado do Sindaport, Eraldo Aurélio Rodrigues Franzese, o Tribunal Regional do Trabalho determinou reajuste salarial de 1,69% a partir de 01/05/2018 e 4,97% a partir de 01/05/2019. Mas até agora a Companhia Docas não atendeu as sentenças.

Como as determinações do TRT não foram cumpridas pela empresa, o Sindaport ingressou com ação de cumprimento para exigir a atualização dos salários e o pagamento das diferenças e de todas as verbas que são calculadas com base no salário. Essa ação de cumprimento corre pela Vara do Trabalho de São Sebastião.

Ofício

O Sindaport encaminhou ofício ao presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Paulo Tsutomu Oda, explicando a situação dos dissidios dos anos anteriores e o que deve ser pago aos trabalhadores.

“No documento, solicitamos a manifestação da empresa quanto ao imediato cumprimento da decisão judicial com a correção dos salários e pagamento dos valores retroativos. E aproveitamos para solicitar que a Companhia Docas garanta a data base e a manutenção de todas as cláusulas do acordo coletivo de trabalho por mais 60 dias, ou seja, até 30/09/2020. Mas não recebemos nenhum retorno”.

João de Andrade enfatiza que, ao invés, da Companhia Docas abrir a negociação, a empresa encaminhou ofício para o SINDICATO afirmando que 30% dos trabalhadores devem estar em atividade durante o movimento grevista. No documento também consta a lista de navios programados e previstos para operação no Porto de São Sebastião. “Se a empresa está tão preocupada com a movimentação das cargas, deveria pagar o que deve aos portuários e abrir a negociação da data base 2020”, ressalta.

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