NATUREZA

Polícia Militar Ambiental age na preservação dos mangues do litoral de SP

O Dia Mundial de Proteção aos Manguezais é celebrado nesta quarta-feira (26), e corporação reforça o compromisso em proteger estas áreas

Da redação
Publicado em 26/07/2023, às 14h32 - Atualizado às 15h49

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Guará-vermelho esteve extinto em São Paulo na década de 50 Polícia Militar Ambiental age na preservação dos mangues do litoral de SP Guará-vermelho - Reprodução/Polícia Militar Ambiental
Guará-vermelho esteve extinto em São Paulo na década de 50 Polícia Militar Ambiental age na preservação dos mangues do litoral de SP Guará-vermelho - Reprodução/Polícia Militar Ambiental

Nesta quarta-feira (26) é celebrado o Dia  Mundial de Proteção aos Manguezais. Os manguezais existentes por todo o litoral de São Paulo ocupam uma área de 231 km² que é monitorada pela Polícia Militar Ambiental.

Os manguezais constituem um ecossistema responsável por garantir o equilíbrio dos recursos naturais do planeta, garantindo a existência de inúmeras espécies que dele dependem. Daí a importância de reforçar a necessidade de preservação destas áreas. 

A Polícia Militar Ambiental realiza as rondas pelos mangezais paulistas de três formas: por terra com viaturas, em rios e lagos com lanchas e até mesmo a pé. O patrulhamento nestas áreas é contínuo e cheio de desafios para os policiais.

“O solo lamacento, lodoso, dificulta muito a locomoção neste ecossistema. Tem também a questão da maré que por muitas vezes torna impossível a entrada nestes ambientes”, contou o cabo Dhone da 5ª Companhia do 3º Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPAmb). Ele também explicou que, quando estão a pé, os agentes ficam expostos a ostras e cracas que podem ferir o PM em eventual queda ou contato brusco.

As equipes também agem para coibir o descarte ilegal de lixo e as invasões a locais próximos aos manguezais Polícia Militar Ambiental age na preservação dos mangues do litoral de SP Embarcação da Polícia Militar Ambiental em manguezal (Reprodução/Polícia Militar Ambiental)

Uma das atividades ilegais combatidas pela Polícia Militar Ambiental é a captura predatória dos caranguejos-uçá, dos caranguejos guaiamum e do siri-azul. Cerca de 5 mil crustáceos destas espécies foram resgatados em 2022. Já no primeiro semestre deste ano, o número caiu para 400; segundo a corporação, isto representa uma diminuição progressiva na captura destes animais e é resultante das intensas ações de policiamento. 

Para pegar os caranguejos-uçá, por exemplo, os infratores colocam armadilhas feitas com fios de saco de ráfia na entrada das tocas do caranguejo que acaba ficando preso ao sair. “Geralmente, eles colocam as armadilhas em um dia e vão fazer a coleta em outro. Esta prática é bem predatória, pois normalmente eles retiram uma parte; a outra, no entanto, é abandonada e diversos crustáceos que ficaram presos acabam morrendo”, explicou o cabo.

Outra iniciativa bem-sucedida que teve a colaboração da Polícia Militar Ambiental foi a reintrodução do guará-vermelho nos manguezais. A ave, típica deste ecossistema, foi extinta em São Paulo na década de 1950, especialmente nas regiões do Porto de Santos e do polo industrial de Cubatão. No entanto, após algumas destas espécies serem trazidas para estas áreas e a fiscalização ambiental ser reforçada, a ave passou a ser vista novamente. 

Guará-vermelho esteve extinto em São Paulo na década de 50 Polícia Militar Ambiental age na preservação dos mangues do litoral de SP Guará-vermelho (Reprodução/Polícia Militar Ambiental)

As equipes também agem para coibir o descarte ilegal de lixo e as invasões a locais próximos. “Nestas áreas, as pessoas podem ser hostis em relação à Polícia Militar, tornando a fiscalização mais difícil. Associado a isto, ainda temos a grande quantidade de lixo descartado nos rios da região que tem como destino os manguezais“, relatou o cabo Cruz, também do 3ºBPAmb.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo lembra que todo o empenho das forças policiais em proteger este ecossistema segue as diretrizes do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Litoral Paulista - que visa a conservação e a recuperação socioambiental da região – e reforça o compromisso da corporação em atuar fortemente para combater os crimes ambientais mais diversos.

*Com informações da Secretaria de Segurança Pública de SP

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