Vida Marinha

Pesquisadores estudam corredor ecológico entre as costas de SP e do Paraná

Corredor submarino monitorará peixes, tartarugas e raias gigantes; recifes artificiais foram instalados na Laje de Santos

Da Redação
Publicado em 19/07/2018, às 13h27 - Atualizado em 23/08/2020, às 17h06

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Rebreather foi instalado na Laje de Santos; equipamento reduz ruídos de mergulhadores e não afugenta os animais - Leo Francini/Projeto Mantas do Brasil
Rebreather foi instalado na Laje de Santos; equipamento reduz ruídos de mergulhadores e não afugenta os animais - Leo Francini/Projeto Mantas do Brasil

Pesquisadores do projeto Mantas do Brasil e do programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar) realizam um trabalho conjunto para estudar as diferenças e semelhanças dos ecossistemas marinhos localizados nas costas de São Paulo e do Paraná. Uma expedição, em junho, quando a ação foi iniciada, resultou na instalação de um equipamento que monitora corais no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS).

O projeto Mantas do Brasil tem sede no litoral paulista, enquanto o Rebimar fica no litoral paranaense. Na expedição à Laje de Santos, localizada a aproximadamente 40 quilômetros das praias da Baixada Santista, os pesquisadores iniciaram a ação com o objetivo de ampliar o estudo sobre o mero (Epinephelus itajara), a tartaruga-verde (Chelonia mydas) e a raia-manta (Mobula birostris), todas espécies ameaçadas de extinção, além de trocar experiências acadêmicas.

Para isso, segundo o coordenador de pesquisas do projeto Mantas do Brasil, o biólogo e mergulhador Léo Francini, as equipes utilizam um equipamento  chamado rebreather, que reduz os ruídos produzidos pelo mergulhador debaixo d'água, em relação ao sistema que utiliza o cilindro de ar convencional. "Assim, conseguimos nos aproximar mais dos animais, como as raias, para fazer imagens sem afugentá-los".

O uso do equipamento possibilitou que os pesquisadores pudessem, também, catalogar animais encontrados no entorno do santuário marinho, na costa paulista. "Também fizemos censos visuais de peixes com o uso dessa tecnologia", explicou o coordenador do Programa Rebimar, Robin Loose. 

Os pesquisadores instalaram, no costão rochoso da Laje, unidades de Arms (sistema de monitoramento de recife artificial, em inglês). Trata-se de estruturas que simulam o ambiente recifal e que são colonizadas naturalmente pelos organismos para, posteriormente, ser retiradas e estudadas. O biólogo Rafael Metri explica que isso evita a realização de raspagem nas rochas, por ser uma estrutura artificial. "Há vários instalados em pontos do Paraná e de São Paulo, nos ajudando a estabelecer essa conectividade entre os ecossistemas, que formam um corredor ecológico para uma série de espécies".

A soma de esforços, além de permitir a ampliação de estudos de espécies, vai colaborar com a troca de experiência entre os pesquisadores das duas regiões, e os resultados vão apoiar estudos de universidades federais dos dois estados. Os equipamentos utilizados na expedição foram adquiridos pelo projeto Rebimar com o patrocínio da Petrobras. 

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