Orcas e baleia são avistadas em Ilhabela

Grupo formado por sete a oito orcas foi avistado em diversas praias por moradores e turistas da região sul Ilhabela

Reginaldo Pupo
Publicado em 11/08/2018, às 05h19 - Atualizado em 23/08/2020, às 17h14

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Manuel Albaladejo / Instituto Argonauta
Manuel Albaladejo / Instituto Argonauta

Um grupo formado por sete a oito orcas (espécie de golfinho gigante, semelhante a baleia), entre filhotes e adultos, foi avistado em diversas praias por moradores e turistas da região sul Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, na tarde dessa sexta-feira (10).

Elas surgiram no canal de São Sebastião por volta das 15h e brincaram por várias horas em frente à praia do Curral, até o anoitecer. “Havia vários turistas na praia e todos ficaram encantados com a evolução dos animais”, disse o comerciante Matheus Pombo, que tem um quiosque na praia. Segundo ele, as orcas estavam a cerca de 150 metros da orla.

Três horas antes, uma baleia, de espécie não identificada, já havia sido avistada na mesma região sul do arquipélago. Ela entrou no canal por volta das 12h20, segundo turistas, e depois circulou pela rota das balsas que fazem a travessia entre Ilhabela e o continente.

Desde o mês de julho, cerca de 60 a 70 baleias já foram avistadas no canal de São Sebastião e os ambientalistas da região não sabem o que pode ter motivado o surgimento de tantos animais. O litoral norte serve de rota para as baleias que se dirigem a Abrolhos (BA) para se reproduzirem.

Segundo o biólogo Manuel da Cruz Albaladejo, biólogo e coordenador da base de estabilização do Instituto Argonauta em São Sebastião,  e que acompanhou as baleias, nos últimos três anos o mesmo grupo de orcas aparece sempre no mesmo local nos meses de agosto. “No ano passado elas apareceram no dia 1º. No ano retrasado foi no dia 20. Neste ano, no dia 10”. 

Albaladejo disse que foi possível observar entre o grupo um macho adulto, algumas fêmeas adultas, além de alguns filhotes. “Mas somente teremos certeza da quantidade, se havia juvenis entre eles, quando analisarmos melhor as imagens que captamos”, explicou. Ainda de acordo com Albaladejo, as orcas seguem cardumes de peixes para se alimentarem. Segundo ele, uma das orcas já teria sido avistada no ano passado e há um registro de uma passagem dela pela região na década de 1990.

AGLOMERAÇÃO DE BARCOS

Em julho, um caso preocupou ambientalistas. Um grupo de baleias surgiu na região de Ilhabela e uma delas tinha uma rede de pesca enroscada em seu focinho e em parte do seu corpo. Na tentativa de ajudá-la, diversos proprietários de barcos seguiram o grupo e alguns deles chegaram a bloquear o caminho delas,  sem avaliar os riscos. Encantados com as baleias, eles chegaram a fazer selfies. A tentativa de retirada da rede durou horas,  mas os esforços foram em vão.

De acordo com o oceanógrafo Hugo Galo, presidente do Instituto Argonauta, proprietários de embarcações que se aproximam dos animais, descumprem regras de aproximação de embarcação em baleias. “Quem não cumpre as regras está cometendo um crime”, alertou.

BALEIA MORTA

Também na tarde de ontem, a Defesa Civil de Ilhabela foi acionada para averiguar outra baleia que estaria encalhada em uma localidade conhecida por Cabaraú também ao sul de Ilhabela e a cerca de um quilômetro da praia do Curral, onde as orcas foram avistadas.

Os agentes do órgão constataram que o animal, da espécie jubarte, já estava morto e em estado de decomposição. A carcaça estava presa às pedras. Segundo a prefeitura local, os agentes, com reforço da Defesa Civil de São Sebastião, iriam iniciar os procedimentos de retirada da baleia ainda na noite desta sexta-feira, 10.

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