O sentido da coexistência como facilitador da convivência

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Por Lucélia Terezinha Avelino

Mas, o que é coexistir? O prefixo < co > nos induz ao entendimento de “estar com/junto”, pressupõe um estar lado a lado sem perder a essência dos pares ou trios, ou seja lá quantos indivíduos compuserem o ciclo de convivência. Se existe um exercício inerente ao convívio familiar é o exercício de viver ao lado das pessoas que formam nosso ciclo familiar, sendo quem somos e aceitando e se adaptando a quem essas pessoas são. E ainda atentar para duas questões importantíssimas: (1) o conjunto de atitudes e de linguagem utilizado nesta convivência não poderá intervir negativamente e continuamente neste tecido de relações; (2) estar disponível a refletir sobre si mesmo e repensar conceitos sempre que os conflitos nos tirarem de nossa zona de conforto. Pois, caso contrário, haverá uma relação de poder e não de coexistência, e os familiares passam a tipificar uma relação de servir aos privilégios de alguém impactando não positivamente na evolução das potencialidades da própria família. É interessante perceber que a força da família é comparada a uma célula-mater, um motor propulsor que faz com que o indivíduo avance ou retroceda em sua caminhada humanística. Desta forma, este mesmo indivíduo carregará consigo um gene de atuação social que poderá contribuir ou desassistir ao meio em que está inserido e, consequentemente, a sociedade que o mesmo ajuda a compor. A coexistência nos impele à reflexão de que a vida como um quebra-cabeça precisa de peças que estejam compostas proporcionalmente alinhadas - nem acima, nem abaixo. Portanto, a família não é um espaço para se apropriar do outro, subjugando sua dignidade, mas de construir juntos uma história, um legado para aqueles que estão e os que ainda virão. Como disse Paulo Freire, “ ” Boa semana e até a próxima edição.

*Lucélia Terezinha Avelino é psicóloga, pedagoga e funcionária pública na área da educação