Demanda envolve obra de elevação da rua principa do bairro, que gera preocupação quanto a possíveis alagamentos; prefeitura nega
Rodrigo Florentino
Publicado em 13/03/2025, às 14h23
Moradores do bairro Caruara, na área continental de Santos, protestaram na manhã da quarta-feira (12) em busca de esclarecimentos sobre a obra de elevação da rua Andrade Soares, principal via de acesso do bairro. Segundo os manifestantes, ela pode causar alagamento nas casas em dias de chuva.
De acordo com Wagner Mendes Sá, presidente da Sociedade de Melhoramentos do Caruara, ofício foi encaminhado à prefeitura de Santos para que esclareça a situação. “Hoje (dia 12), deveria ter uma reunião com os engenheiros, os três secretários envolvidos e o sub-prefeito, para fazer um alinhamento e, em uma próxima fase, reunir a população para explicar e tirar dúvidas”, contou ele.
Maria Helena tem 58 anos e mora no Caruara há 18. Ela pede que a prefeitura esclareça qual é a situação da obra. “O que estamos pedindo é que tenha uma reunião com o pessoal da prefeitura para alinhar quais informações podem ser passadas para a gente, porque a cada hora falam uma coisa”, conta ela.
Ela tem receio de que a obra provoque alagamentos em sua casa. “Baseado no que foi passado, vão aumentar em cinquenta centímetros do Portinho até o campo. Se isso ocorrer mesmo, a minha casa vai ficar debaixo da água. Queremos perguntar tudo o que precisamos para os representantes da obra”, finaliza Maria.
Na oportunidade, o presidente da Sociedade de Melhoramentos afirmou ter feito pedido ao governo de São Paulo, para a implantação de uma travessia de balsas entre o Caruara e Guarujá, cidade vizinha. “Inclusive, estamos solicitando ao governo do estado a travessia daqui para o Guarujá com uma pequena embarcação para pessoas, uma balsa ou algo nesse sentido”, diz o presidente. O destino seria a outra margem do canal de Bertioga, onde passa a rodovia Ariosvaldo Almeida Viana e há apenas uma marina.
Outra reivindicação apresentada é sobre a situação de um quiosque no Portinho do Caruara. Moradora do local há 26 anos, a comerciante Sara Morais Siqueira conta que recebeu notificação da prefeitura de Santos para que deixe seu comércio, pois ele seria demolido. Segundo ela, a prefeitura afirma que o local está em situação irregular. “A prefeitura alega que estou em situação irregular, mesmo que eu esteja aqui há 26 anos, com contas de água e luz no meu nome e CNPJ de comerciante. Simplesmente querem me tirar sem conversar comigo nem nada. Só me entregaram a notificação. Tive que contratar advogados para eu, pelo menos, ter o direito de continuar trabalhando ou ter um outro comércio”, diz Sara.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) disse que atendeu à população e respondeu aos questionamentos. Sobre o nível do pavimento, a pasta afirma que não haverá interferência nas casas e que o projeto de drenagens irá melhorar o sistema de captação e reservação. O descarte do volume de água não será conectado ao descarte existente. Sobre o caso do quiosque, a prefeitura disse que se trata de atividade não licenciada. Por isso, a prefeitura regional da área continental notificou o responsável, informando a necessidade da desocupação do espaço público e encerramento da atividade.
Sobre a balsa entre o Caruara e o Guarujá, o governo de São Paulo disse não ter recebido solicitações até o dia 12 de março, data em que o Costa Norte entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
Rodrigo Florentino
Formado em Comunicação Social na Univesidade Santa Cecília (UniSanta)
