Após 21 dias

Mogi-Bertioga é liberada, mas continua em obras

Rodovia ainda passará por três ou quatro meses de obras complementares e poderá ser interditada novamente em caso de chuva

Marina Aguiar
Publicado em 02/05/2018, às 15h12 - Atualizado em 23/08/2020, às 16h46

FacebookTwitterWhatsApp
Motoristas aguardaram mais de duas horas pela liberação da rodovia no km 98, próximo ao bairro Indaiá, em Bertioga - JCN
Motoristas aguardaram mais de duas horas pela liberação da rodovia no km 98, próximo ao bairro Indaiá, em Bertioga - JCN

Pouco antes das três horas da tarde de quarta-feira, 2, motoristas começaram a formar filas de veículos no km 98 da rodovia Dom Paulo Rolim Loureiro (Mogi-Bertioga), aguardando a liberação da rodovia, interditada desde o dia 11 de abril. A via foi liberada pelo governador Márcio França por volta de 16 horas, mas os motoristas só conseguiram transitar a partir das 16h40. Obras complementares continuarão e devem durar de três a quatro meses.

O comerciante Expedito Miranda mora em Mogi das Cruzes, mas tem casa em Bertioga, onde passou o feriado. Ele esperou mais de duas horas no acostamento para voltar para casa. "Vim na sexta-feira, 27, pela Imigrantes e levei cinco horas. Eu prefiro esperar do que dar a volta, vale a pena. Tanto pelo valor do pedágio, quanto pelo trajeto", declarou.

Já o contador Almir Rogério dos Santos mora em Bertioga, mas aguardou a liberação para trabalhar em Mogi das Cruzes. "Eu estava trabalhando no sistema digital, mas soube pelo Whatsapp que liberaria, então decidi ir até Mogi para pegar os arquivos e notas das empresas para as quais trabalho e poder dar andamento no serviço. Trabalho com muitos restaurantes e vi que baixou muito o movimento por causa do fechamento da pista".

A rodovia estava interditada há 21 dias, quando ocorreu um deslizamento de terra na madrugada de quarta-feira, 11. Desde então, diversas rochas cederam e ocasionaram outros deslizamentos. Segundo o secretário de Logística e Transportes Mario Mondolfo, nove rochas foram fragmentadas durante a interdição da via. "Teve uma grande, de 500 metros cúbicos e cerca de mil toneladas. Todas foram implodidas e agora temos condições de segurança adequadas para que a população possa usufruir da rodovia sem nenhum risco".

Embora a rodovia esteja livre para o trânsito de veículos, as obras do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pelo sistema rodoviário estadual, continuam. Equipes do DER, da Defesa Civil Estadual e do Instituto Geológico de São Paulo vistoriaram os pontos de deslizamento na manhã de quarta-feira, 2, e aprovaram a liberação. Obras complementares serão realizadas para contenção de novos deslizamentos, como a construção de um novo muro de contenção no km 89. "Esse muro de concreto terá cerca de 8 metros, ancorado na rocha, para o risco de outra eventual queda. Ele ficará à frente do muro já existente e vamos fechar essa parte da pista próxima ao muro. Vamos alargar o outro lado com uma nova faixa para, também, melhorar o raio da curva", afirmou Mondolfo.

Márcio França explicou que a previsão de conclusão das obras complementares é de três a quatro meses, dependendo das condições climáticas. "É uma estrada antiga, vamos adaptando e monitorando. Quando passar de uma certa quantidade de chuva, a gente interrompe as obras e o trânsito de veículos porque o objetivo principal é a segurança dos usuários". De acordo com o secretário Mario Mondolfo, o nível de alerta é de 40mm de água, mas com 80mm de chuva, a rodovia será fechada novamente dentro desses quatro meses. O investimento total do DER em obras emergenciais na rodovia Mogi-Bertioga é de R$ 7,2 milhões.

Duplicação

Durante entrevista coletiva no km 89 da rodovia, o governador afirmou que não há riscos para a população, mas, como é área da Serra do Mar, precisará de alternativas, como uma possível duplicação da via. França afirmou que o esboço do projeto está em fase final, mas adiantou que envolverá um macroanel. "Um anel por fora do rodoanel, que tem a previsão da alteração inteira da Mogi-Bertioga e da Tapiraí-Juquiá, que são obras complementares para algo mais definitivo. São duas alternativas por fora do rodoanel", antecipou.

Embora seja uma obra maior do que o rodoanel, França afirmou que terá um custo menor, por envolver poucas obras e duplicações. "Boa parte dela [obra] já esta pronta e nós vamos só interligar os pedaços que já estão prontos, e alguns poucos trechos de duplicação, como esse aqui e em Tapiraí e mais dois pequenos trechos de 23km. No total, é uma obra maior, mas de custo menor, pois tem pouca duplicação e pouca obra nova". 

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!