BRIGA POR REPRESENTATIVIDADE

Maternidade batizada com nome masculino gera protestos em Mogi das Cruzes (SP)

Membros da sociedade civil pedem que nome masculino da maternidade, aprovado na gestão anterior, seja revertido pela gestão atual; entrega da maternidade está prevista para 2022

Da redação
Publicado em 07/08/2021, às 18h15 - Atualizado às 18h23

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Imagem meramente ilustrativa Maternidade batizada com nome masculino gera protestos em Mogi das Cruzes (SP) - Foto: Shutterstock
Imagem meramente ilustrativa Maternidade batizada com nome masculino gera protestos em Mogi das Cruzes (SP) - Foto: Shutterstock

O batismo, com nome masculino, de uma futura maternidade em Mogi das Cruzes, no Alto Tietê, gerou uma onda de protestos de moradores e organizações sociais. Prevista para ser entregue em 2022, a maternidade em construção no distrito de Braz Cubas, já tem nome, e ele masculino: “Maternidade MunicipalPrefeito Manoel Bezerra de Melo".

O batismo homenageia Manoel Bezerra, falecido em junho do ano passado. Eleito vice-prefeito de Mogi das Cruzes em 1993, com a morte do titular no ano seguinte, Bezerra assumiu o cargo, permanecendo no mandato até 1996. Data da gestão dele a fundação da Universidade de Mogi das Cruzes. 

O nome do local foi decidido há quase um ano, meses após a morte de Bezerra, quando a Câmara dos Vereadores aprovou o projeto de lei de nomeação da maternidade.

Apesar dos protestos de organizações da sociedade civil de Mogi que tentaram pressionar o então prefeito Marcus Melo (PSDB) a vetar o projeto, em agosto de 2020, o nome masculino da maternidade foi aprovado, tornando-se a Lei nº  7.614.

Agora, as mesmas entidades tentam fazer com que a atual gestão de Mogi das Cruzes, sob o comando de Caio Cunha (Podemos), volte atrás, reverta a decisão da gestão anterior e dê um nome feminino à futura segunda  maternidade da cidade.

Segundo informações da jornalista Jessica Silva, em reportagem da Agência Mural, foi apresentado um documento à prefeitura, em que membros organizados da sociedade civil sugerem que a mudança do nome da maternidade seja para Aline Souza Matos, médica na área da saúde mental na cidade, morta em janeiro deste ano em decorrência de complicações da Covid-19. 

Data do mesmo período do documento um abaixo assinado digital criado pela ativista social Cintia Secario, de 44 anos. No abaixo-assinado, a mensagem é enfática na exigência de igualdade de gênero.

“Nós mulheres de Mogi das Cruzes não aceitamos que a futura maternidade tenha o nome de um homem como homenagem. Respeitem a história das mulheres de nossa cidade, que precisam ser lembradas e eternizadas”. Aexigência foiassinada por 1561 pessoas até a tarde deste sábado, e tenta alcançar o patamar de 2500 apoiadores.

À Agência Mural, a vereadora Inês Paz (PSOL), endossou a propositura. “Não é que a gente seja contra o homenageado, mas pela lógica tinha que ser uma mulher”, afirmou.

A Prefeitura de Mogi das Cruzes reiterou que o nome da maternidade foi decidido pela gestão anterior. “Como se trata de um assunto que envolve múltiplos atores do município, qualquer medida depende de um amplo debate com a sociedade e também com os atuais vereadores”, disse o órgão. 

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