Mata Atlântica é tema de palestra para trabalhadores do contorno sul da Tamoios

Costa Norte
Publicado em 25/11/2016, às 08h49 - Atualizado em 23/08/2020, às 15h40

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Fotos: Yagu Oyama | PMSS

São Sebastião

Da redação

A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de São Sebastião participou, na terça-feira, 22, da Semana Interna de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sipat), desenvolvida pela Construtora Queiroz Galvão.  O convite da empresa, responsável pelos lotes 3 e 4 do empreendimento Nova Tamoios - Contorno de São Sebastião, envolveu a bióloga Cintia Castro de Freitas, chefe da Divisão de Agricultura e Abastecimento da pasta, que palestrou aos funcionários da construtora sobre a Mata Atlântica.

Sua palestra foi  dirigida a 45 funcionários, no auditório do canteiro de obras da empresa, localizado no Jaraguá, na costa norte do município. Ela explica: “Tendo em vista que desde o início dos trabalhos a empresa possui o programa de resgate de flora e fauna, os conceitos técnicos apresentados, acompanhados de inúmeras imagens, foram importantes para enriquecer o conhecimento dos funcionários”.

A bióloga disse ainda que, durante a apresentação, dois banners de divulgação das ações de resgate de flora e fauna na obra, realizados pelos funcionários do setor de meio ambiente da empresa, ficaram expostos no auditório. “As imagens correspondem a 34km de obra e 44 viadutos, com início em Caraguatatuba e término no bairro Topolândia”.

Resgate 

O Programa de Conservação da Flora tem como objetivo mitigar e compensar impactos ambientais relacionados à supressão da vegetação, contribuir para o conhecimento e a conservação de espécies da flora local, resgatar e realocar indivíduos da flora, tendo em vista a conservação da biodiversidade. “Já o Programa de Conservação da Fauna tem por meta realizar o salvamento e o resgate da fauna silvestre, bem como contribuir para o aproveitamento científico da fauna que, porventura, venha a óbito durante as atividades nas áreas de construção e nas áreas de apoio às obras da Nova Tamoios Contornos”, explicou a bióloga.

Segundo informou, planejar a conservação do litoral norte de maneira efetiva, que traga benefícios para os cidadãos sem o prejuízo da natureza, é um desafio. “Os conceitos apresentados, tais como exploração ilegal de recursos do bioma, destruição das áreas de preservação permanente e matas ciliares, disponibilidade hídrica, ocupação irregular envolvendo áreas de risco de deslizamento e enchente, desmatamento, poluição do ar e aquecimento global, importância das espécies nativas e o prejuízo causado por espécies invasoras, entre outros, tiveram como principal objetivo informar e sensibilizar o público presente para a consciência da conservação da Mata Atlântica em nossa região, numa discussão do estado atual e perspectivas futuras desse bioma que envolve toda a sociedade brasileira”, destacou Cíntia.

Relevância da Mata Atlântica

Conforme informações de Cíntia Freitas, mesmo reduzida e fragmentada, a Mata Atlântica exerce influência direta na vida da maior parte da população brasileira. Entre tantas outras funções, ela protege o clima, regula o fluxo dos mananciais, a fertilidade do solo e protege encostas. Em alguns trechos remanescentes da floresta, os níveis de biodiversidade são considerados os maiores do planeta.

A maior parte do município de São Sebastião é constituída pelo bioma, e o Parque Estadual da Serra do Mar é a maior área legalmente protegida de Mata Atlântica no Brasil, respondendo pela produção de água potável para boa parte do Vale do Paraíba, além das áreas litorâneas do centro e norte de São Paulo. “Além da riqueza vegetal, a fauna é o que mais impressiona na região. A maior parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção é originária da Mata Atlântica, porém, é na relação complementar entre a floresta e a água que a importância desse bioma pode ser mais compreendida. Os remanescentes regulam a vazão dos rios, atenuando as enchentes e, após as chuvas, permitem que a água escoe gradativamente”.

Responsável pelas autorizações de corte, poda e transplante de árvores no município, Cíntia também destacou a  importância de trazer a floresta para a cidade, a fim de melhorar o clima local, trazendo sombra e conforto térmico para a população; proteção às pessoas contra os efeitos nocivos da radiação solar direta; redução de partículas de poluentes no ar; e plantio de espécies nativas frutíferas para atrair a avifauna, pois pássaros e morcegos contribuem com o controle de insetos transmissores de doenças e no equilíbrio ambiental.

Ainda de acordo com ela, a construção de “calçadas verdes ou ecológicas” foi outro assunto em destaque durante a palestra. Áreas permeáveis e com presença de árvores reduzem alagamentos de ruas, principalmente, em dias de fortes chuvas, além de abastecer os lençóis d’água subterrâneos e melhorar a composição do solo. “Uma árvore adulta, por exemplo, pode absorver até 250 litros de água por dia”, frisou.

Ao final da apresentação, a bióloga apresentou várias leis ambientais e telefones para denúncias de danos contra a flora e fauna na região, e terminou com o sorteio e distribuição de brindes sustentáveis, disponibilizados pela empresa, aos funcionários presentes.

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