A chegada de uma frente fria ao Litoral Norte na sexta-feira (15) trouxe chuva, temperaturas baixas e ressaca. Em
Caraguatatuba e
Ubatuba a força do mar invadiu vias e causou prejuízos.
A Avenida da Praia, no centro de Caraguá, ficou tomada pela água do mar na noite de sexta-feira. Com a força do mar e do vento, algumas árvores não resistiram e tombaram.
A prefeitura de Caraguatatuba informou que o fenômeno da maré cheia leva areia para as galerias de drenagem, ocorre o entupimento e obstrui o fluxo das águas.
Com isso, as equipes da secretaria de Serviços Públicos trabalham desassoreamento das galerias, tentando evitar novas obstruções e segue com monitoramento de possíveis novos alagamentos.
Há registros de tombamento de árvores na Avenida Arthur Costa Filho, no bairro Ipiranga, e na praia Martim de Sá.
Em Ubatuba, o mar também avançou sobre a faixa de areia da Praia Estaleiro do Padre, destruiu parte da vegetação e a água chegou até os quiosques.
Ressaca
A chegada de ondas violentas à costa começa quando rajadas de vento fazem subir o nível do oceano e aumentam, já em mar aberto, o tamanho dos vagalhões. Impulsionada por correntes marítimas, a massa de de água caminha com velocidade crescente até encontrar o litoral. Ao chegar à praia, o mar agitado inunda a faixa de areia e as ondas quebram bem próximas da orla.
A força da ressaca costuma alagar avenidas e danificar construções à beira-mar – há também relatos de banhistas tragados pelo mar e levados para longe da praia pelas fortes correntes marítimas.
“No Brasil, as ressacas são quase sempre causadas por frentes frias que atingem o Sul e o Sudeste. Podem ocorrer dezenas de vezes por ano, mas, felizmente, é possível prevê-las até cinco dias antes”, diz oceanógrafo Joseph Harari, da USP.
Inspirados na destruição marítima, os bebedores exagerados apelidaram de ressaca aquele mal-estar típico após uma bebedeira.
“A palavra deriva do espanhol ‘resaca’, cujo sentido original designa o refluxo das ondas do oceano. No Brasil e em Portugal, o termo ganhou um significado metafórico pois quem bebe demais também passa por muita turbulência na manhã seguinte”, afirma o lingüista e tradutor John Robert Schmitz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
*Com informações do G1 e Super Interessante