DE VOLTA AO LAR

Instituto Gremar realiza soltura de seis animais à natureza em praias de Guarujá

Todos os animais passaram pelo Cento de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos até atingir condições ideias para o retorno ao habitat natural

Da redação
Publicado em 27/10/2021, às 19h46 - Atualizado às 21h48

FacebookTwitterWhatsApp
Animais voltaram ao lar na última sexta-feira (22) Instituto Gremar realiza soltura de seis animais à natureza em praias de Guarujá Um dos animais com o instrutor prestes a ser solto ao seu habitat natural - Divulgação
Animais voltaram ao lar na última sexta-feira (22) Instituto Gremar realiza soltura de seis animais à natureza em praias de Guarujá Um dos animais com o instrutor prestes a ser solto ao seu habitat natural - Divulgação

O Instituto Gremar, em ação resultante do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realizou a soltura de seis animais à natureza na última sexta-feira (22). Uma tartaruga-verde (Chelonia mydas), dois gaivotões (Larus dominicanus), um atobá (Sula leucogaster) e duas fragatas (Fregata magnificens) retornaram em praias de Guarujá (SP).

Todos os animais passaram pelo Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos em Guarujá, onde puderam se reestabelecer e atingir condições ideais para retorno ao habitat natural.

De acordo com informações do Instituto e do Projeto de Monitoramento, a tartaruga-verde havia sido resgatada no dia 29 de agosto em Riviera, na cidade de Bertioga, apresentando marcas que sugeriam interação com rede de pesca e lesões benignas pelo corpo (fibropapilomas).

Devidamente estabilizada, passou por cirurgia para retirada das lesões e recebeu dieta para ganho de peso, além de fisioterapia em tanques de diferentes níveis de água. O processo, bem-sucedido, permitiu o fortalecimento de sua musculatura e a tornou apta a retornar ao seu habitat. A soltura ocorreu na Praia do Guaiúba.

Já os dois gaivotões foram resgatados apresentando paresia dos membros posteriores, sintoma causado por intoxicação. Uma das aves foi encontrada em Peruíbe (SP), pela equipe da Unidade de Estabilização de Praia Grande, e transferida para o Instituto Gremar no dia 6 de outubro. A outra ave foi resgatada na Praia de Pitangueiras, no Guarujá (SP), no dia 1º de outubro.

A intoxicação é relativamente comum nas gaivotas, especialmente após a ingestão de restos de alimentos e outros resíduos deixados por banhistas na faixa de areia. De acordo com a equipe especializada, para o tratamento, como nestes dois casos, costuma ser utilizada uma solução de carvão ativado, que é capaz de neutralizar o quadro. Superada esta primeira etapa, as aves são estimuladas a praticar natação, tomar banhos de sol e realizam sessões de fisioterapia diárias, que restabelecem suas plenas condições de voo. Desta vez, as duas gaivotas foram soltas na Praia do Tombo.

Atobá e fragatas

O atobá também foi resgatado pela Unidade de Estabilização de Praia Grande. Estava encalhado em Itanhaém (SP), com sintomas de exaustão, após ser hidratado e conseguir manter a temperatura corpórea, foi encaminhado para o Instituto Gremar no dia 6 de outubro, para completar a reabilitação. Seu tratamento consistiu em uma dieta de engorda, além de sessões de fisioterapia, natação e chuvas de mangueira (preening) para estimular a impermeabilização. 

Outras duas fragatas também puderam retornar ao seu habitat na última sexta-feira. Uma delas era um indivíduo juvenil, que encalhou em Mongaguá (SP) com sintomas de afogamento, sendo resgatada pela Unidade de Estabilização de Praia Grande e transferida para o Instituto Gremar no dia 24 de setembro. Já o outro indivíduo era um macho adulto, resgatado pelo Instituto Gremar em Boracéia, Bertioga (SP), no dia 8 de julho.

O processo de reabilitação desta última foi o mais longo, pois a ave apresentava alterações neurológicas, possivelmente causadas por algum trauma de colisão. Além dos tratamentos suportes convencionais, ela também foi tratada com terapia alternativa, chamada Terapia Neural, que trouxe bons resultados.

Antes da soltura, as duas fragatas ainda passaram por intensas sessões de fisioterapia para recuperar a musculatura de voo, evitando possível quadro de atrofia devido ao tempo de reabilitação prolongado. Felizmente, ambas puderam alçar voo de volta para casa, também na Praia do Tombo.

Mais sobre o PMP-BS:

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, por meio do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

É realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. O Gremar monitora o Trecho 9, compreendido entre São Vicente e Bertioga.

Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, entre em contato pelos telefones 0800 642 3341 ou (13) 99711 4120.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!