Ilhabela anuncia 10% dos royalties para investimentos em saneamento

Costa Norte
Publicado em 10/03/2017, às 07h25 - Atualizado em 23/08/2020, às 15h51

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Encontro reuniu cerca de 200 pessoas e debateu necessidade de saneamento no arquipélago

Na quarta-feira, 8, aconteceu, no auditório do paço municipal de Ilhabela, audiência pública sobre saneamento básico e balneabilidade das praias do arquipélago, solicitada pelo deputado estadual Roberto Tripoli (PV), por meio da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Na ocasião, estiveram presentes, além de Tripoli, o secretário estadual de Meio Ambiente Ricardo Salles, o presidente da Sabesp Jerson Kelman, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez, e mais 11 deputados estaduais.

“Ilhabela não tem contrato com a Sabesp, e não tendo contrato com a prefeitura, ela não pode ampliar sua rede. Estamos reunindo aqui hoje todas as peças para rever essa situação e melhorar a situação do saneamento básico da cidade”, destacou Roberto Tripoli no início da audiência.

Com mais de 200 pessoas presentes, entre autoridades e sociedade civil organizada, a conversa também foi acompanhada por alunos do colégio São João, em uma iniciativa da direção da escola que aderiu a uma nova proposta em fazer a integração de seus alunos com os acontecimentos da cidade.

O prefeito de Ilhabela Márcio Tenório disse: “Para falar de saneamento é preciso falar do nosso plano de governo, que foi construído com a participação da população. A tônica da nossa gestão será essa, ouvir a população, porque no passado muito foi proposto, e a população não foi ouvida”.

Para o prefeito, tudo o que estiver ao alcance da prefeitura deve ser feito, mas sempre dentro de um planejamento e da legislação. “Mesmo antes de ser empossado trabalhamos com a Câmara dos vereadores o orçamento municipal, e só neste primeiro ano já temos previstos 27 milhões para o saneamento. Nosso governo não terá as coisas atropeladas, elas serão feitas, respeitando o planejamento estratégico e a legislação”. Afirmou que é possível e que serão feitas as estações de tratamento necessárias à cidade, mas tudo dentro da legislação.

Presente ao evento, o promotor Tadeu Badaró afirmou que, com a condição financeira atual do município, deveria ser uma prioridade investir em saneamento, e que, para tanto, poderiam ser utilizadas verbas dos royalties. “Ilhabela investe em atrativos turísticos, mas tem água suja. Isso não faz sentido”.

Após esse posicionamento, a gestão do município anunciou que irá investir 10% dos royalties dos próximos quatro anos em saneamento básico, situação celebrada pelo diretor regional da Sabesp Luiz Paulo de Almeida Neto: “Isso surgiu hoje, aqui, e é muito importante. Dá para fazer muita coisa em quatro anos, e com esses recursos, mas temos também que ter em mente que tudo precisa de licitação, projeto e obra. Mas, em quatro anos, dá para avançar muito em saneamento aqui na ilha”.

Necessidades urgentes

Durante a audiência, foram apontadas as necessidades da cidade, bem como as possíveis soluções para melhorar a questão do saneamento. Para o secretário estadual de Meio Ambiente Ricardo Salles, a prioridade é a coleta. “Hoje, Ilhabela precisa de universalização da coleta, esse é o passo número um. Fazer toda essa universalização passar pelo tratamento primário, pelo menos, antes de ser colocada no emissário para dispersão. Se for possível financeiramente e no cronograma de obras, pode-se fazer um tratamento secundário que é a ETE (estação de tratamento de esgoto), mas nesse momento não é o mais urgente, o mais urgente é a coleta ser universalizada”.

Para o secretário de Meio Ambiente de Ilhabela Mauro Oliveira, a audiência foi satisfatória, mas há muito para se fazer. “Avançamos aqui, vamos montar uma comissão para fazer um estudo. Agora, da nossa parte, é sentar com a Sabesp e discutir o contrato. O que nos foi oferecido é um contrato de 30 anos, mas precisamos que esses investimentos sejam feitos em um prazo menor. A proposta pode ser de longo prazo, mas o investimento tem que ser de médio prazo”.

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Da redação

FOTO: Divulgação/PMI

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