Procissão

Homenagens a Iemanjá levam 5 mil pessoas à Ponta da Praia

Exposição de estátua foi uma das atrações da 20ª edição da festa em celebração à Rainha do Mar

Da Redação
Publicado em 03/02/2020, às 07h50 - Atualizado em 23/08/2020, às 21h49

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Divulgação/Isabela Carrari
Divulgação/Isabela Carrari

O tempo instável, com chuva intermitente, não comprometeu a programação de homenagens a Iemanjá, realizada na tarde do último domingo. A celebração reuniu cerca de 5 mil pessoas na Ponta da Praia, de acordo com a Secretaria de Cultura (Secult).

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Nesta edição (20ª), o festejo que reverencia a Rainha do Mar teve um caráter mais amplo, com exposição de uma estátua que em breve ocupará espaço de destaque na Ponta da Praia, além das tradicionais procissões terrestre e marítima.

“Trata-se de uma festa das mais tradicionais, já no calendário da Cidade, que coloca Santos em um patamar diferenciado no segmento do turismo religioso” comentou o secretário de Cultura, Rafael Leal, ressaltando a presença de turistas estrangeiros.

Momentos antes, no palco, ele lembrou a importância do respeito e da tolerância também no âmbito religioso, destacando parte da letra do samba-enredo deste ano da escola fluminense Acadêmicos do Grande Rio: ”Pelo amor de Deus, pelo amor que há na fé; eu respeito o seu amém, você respeita a minha fé”.

Programação

A programação da 20ª Procissão de Iemanjá de Santos começou com a apresentação do grupo Olodum de Capoeira, do Centro Cultural Escola de Bambas, tendo à frente o mestre Jimmy e o contramestre Pimenta.

Na sequência, o grupo de dança Tienda Kumpania Romai, sob coordenação da professora Mary Dandara, e o grupo Afoxé Oba Alàáfin, com o mestre Ogan Felipe, que acompanhou os cantores Hugo do Ilê e Didi Gomes. Ela, inclusive, quebrou o protocolo ao dedicar a primeira das três músicas ao amigo Wilsinho Sambista, falecido recentemente.

Imagem acervo site

Personagens

Caracterizado de Exu, o orixá da comunicação, o babalorixá Jorge de Oxóssi veio de Vila Velha (Espírito Santos) na quinta-feira para as homenagens a Iemanjá. Essa é a sua quinta participação na festa e ele próprio produziu a caracterização, que esbanjava corais, búzios, guizos e cabaças, entre outros itens coloridos.

“Exu rege a cabeça. Isso significa também que em tudo é preciso conversar”, explicou, acrescentando que a procissão aboliu pente, vidros de perfume e outras peças que antes faziam parte das oferendas a Iemanjá. “Não queremos causar um desequilíbrio ecológico e tudo que for ofertado a ela se dissolve tá rapidamente na água, sem prejudicar a fauna”.

Paciente, Jorge de Oxóssi atendeu a todos os pedidos de fotos e selfies. Ele retorna amanhã a sua cidade, adiantando que estará de volta a Santos para a 21ª procissão à Rainha do Mar.

Didi Gomes reverenciou Iemanjá não apenas com canções, mas também com a característica roupa e turbante brancos. Esta é a segunda vez que ela participa da homenagem – a primeira foi há dois anos –, marcada pela emoção e fé.

Com flores brancas nas mãos, Maria da Conceição Floriano, 78 anos, saiu de Cubatão para reverenciar a mãe de quase todos os orixás. “Não perco por nada”, afirmou, sem se intimidar com a chuva.

Realização

Promovida pela prefeitura, a homenagem a Iemanjá contou com a coordenação geral da Casa de Culto Afro-brasileiro Ilê Axé Sobo Obá Arirá, e a procissão, do babalorixá Marcelo de Logunédé.

Imagem acervo site

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