O lançamento da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, nesta terça-feira (31) reuniu, na Assembleia Legislativa, na capital, parlamentares, representantes do Poder Executivo e da sociedade para discutir estratégias e trocar experiências que impulsionem a prevenção e o tratamento. Os coordenadores da frente são os deputados Donisete Braga e Enio Tatto, ambos do PT.
"A frente é uma iniciativa extremamente importante. Precisamos pensar em propostas de gestão compartilhada para enfrentar o problema das drogas. A Cracolândia não tem que ser uma imagem de referência em São Paulo", disse Braga, na abertura do evento.
Estratégia
Tatto acrescentou que se trata de um trabalho difícil, e apontou como estratégica a destinação de recursos orçamentários nessa área, "se não, sobra para os municípios atacar essa questão". Ele apontou ainda como elemento dificultador o pequeno número de programas do governo estadual que tratam de prevenção e assistência aos usuários de drogas.
Observatório do crack Eduardo Stranz, da Confederação Nacional de Municípios, falou sobre o envolvimento da entidade a partir do relato recorrente de prefeitos sobre a chegada das drogas a pequenas cidades e sobre a grande responsabilidade que recai sobre o gestor municipal no acolhimento e tratamento dos dependentes. "Fizemos uma pesquisa com 3.450 municípios e constatamos que o crack deixou de ser um problema dos grandes centros, atingindo cidades com até 2 mil habitantes", disse. A partir desse levantamento, a entidade criou o portal ‘Observatório do Crack’, para trocar experiências e replicar boas práticas.
Lentidão
Stanz criticou a lentidão com que tem sido implantado o plano emergencial de combate às drogas criado pelo governo federal, no final de 2010. “Enquanto o governo federal está implantando políticas, a água está batendo nas prefeituras", observou.
Coordenadoria A secretária estadual da Justiça e Defesa da Cidadania, Eloísa de Souza Arruda, saudou a criação da frente, com a qual o Estado deve somar esforços. "A proposta da frente vem ao encontro das iniciativas do governo do Estado", afirmou. Eloísa anunciou ainda a criação, a ser oficializada possivelmente neste mês, da Coordenadoria de Enfrentamento ao Álcool e Outras Drogas, no âmbito de sua pasta, mas que trabalhará em integração com outras Secretarias, conselhos e redes comunitárias no sentido da prevenção ao uso de drogas e da reintegração dos dependentes na sociedade.
Todas as classes
"Não temos recursos orçamentários para este ano, e para isso vamos precisar da colaboração dos parlamentares", lembrou. A secretária destacou ainda que "essas substâncias devastadoras, como o crack e o oxi, são um problema relativamente novo, e atingem famílias de todas as classes sociais".
Eixos do órgão
Presidente da Comissão Especial de Combate ao Crack e Outras Drogas na Câmara Federal, o deputado Reginaldo Lopes (PT/MG) detalhou 5 eixos de atuação do órgão que preside: políticas de prevenção por parte do Estado, tratamento e acolhimento dos dependentes, reinserção social, repressão ao tráfico nas fronteiras e consolidação de uma legislação que engloba mais de 130 projetos, sobre os quais a comissão dará parecer.
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