Fortificação é candidata a Patrimônio Mundial e processo deve ser oficializado pela Unesco em 2021
O Forte São João é uma das fortalezas do país candidata a Patrimônio Mundial pela Unesco e esta semana (de 17 a 21), professores da rede pública de ensino de Bertioga participam de uma capacitação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na sede da Secretaria de Educação do município.
O objetivo é que os estudantes próximos à fortaleza e suas comunidades sejam protagonistas no processo de candidatura, que deve ser oficializada pela Unesco em 2021. O projeto recebeu R$ 135 mil em recursos do Iphan.
Na região, outra candidata é a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande (Guarujá) , onde o trabalho com os professores foi realizado na semana passada, em Santos. A primeira etapa da ação, realizada em parceria com as prefeituras de ambos os municípios, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e o Sesc Bertioga, prevê a realização de uma oficina, ministrada por técnicos do Iphan. Durante os encontros, os professores definirão o cronograma da ação para este ano.
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Nela, os professores serão apresentados a conceitos de Patrimônio Cultural, a legislação da área, as oportunidades trazidas pela educação patrimonial e informações sobre as fortificações, como seu histórico e especificidades técnicas. Em seguida, um plano de trabalho para 2020 será consolidado.
A aproximação com a comunidade é uma das orientações da Unesco em relação às candidaturas a Patrimônio Mundial. Esse projeto, que faz parte da etapa preparatória do processo, vai ao encontro dessa recomendação, conforme explica Sônia Rampim, chefe do Núcleo de Educação Patrimonial do Departamento de Cooperação e Fomento do Iphan:
“O objetivo é que os professores participem de uma construção coletiva de conhecimentos com o objetivo de utilizar inventários participativos em sala de aula. Essa ferramenta de educação patrimonial aproxima a comunidade de seus bens culturais, pois considera que os moradores são protagonistas para identificar as referências culturais de seu território, criando uma compreensão comum e uma responsabilidade compartilhada pela preservação do patrimônio e, especificamente, das fortificações”.
Inventários participativos
Os inventários participativos são uma ferramenta usada pelo Iphan em ações de educação patrimonial. Durante sua construção, a comunidade assume o protagonismo de inventariar, descrever, classificar e definir o que entende como Patrimônio Cultural. O resultado é um mapeamento de celebrações, saberes, formas de expressão, lugares e objetos, fortalecendo o vínculo entre a população e seus bens culturais.
No caso das fortificações, a realização de ações de educação patrimonial faz parte do ciclo preparatório da candidatura. Elas são essenciais para que entes como governos, ONGs e comunidades desenvolvam uma compreensão comum e uma responsabilidade compartilhada pelo futuro dos bens.
Fortificações brasileiras candidatas a Patrimônio Mundial
A candidatura seriada do Conjunto de Fortificações do Brasil a Patrimônio Mundial é uma iniciativa que inclui 19 monumentos em dez estados do país, dois deles em São Paulo. Importantes testemunhos do histórico de ocupação, defesa e integração do território nacional, sua inclusão na lista de bens de excepcional valor universal criará um compromisso internacional por sua preservação.
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