RACISMO

Empresária negra é acusada aos gritos de furtar próprio vestido

"Cheguei a levantar a minha bolsa bem no alto para a câmera gravar o que eu estava guardando, pois a gente que é preto está acostumado a desconfianças", lamenta

Da redação
Publicado em 17/06/2021, às 16h49 - Atualizado às 17h01

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Juliane Ferraz vítima de racismo em shopping Empresária do Rio de Janeiro - Reprodução/Redes sociais
Juliane Ferraz vítima de racismo em shopping Empresária do Rio de Janeiro - Reprodução/Redes sociais

Uma empresária, 24 anos, foi acusada de furtar um vestido que já havia comprado em uma loja dentro do shopping carioca. A empresária acredita que a confusão foi motivada por racismo. O caso foi registrado na delegacia do Rio de Janeiro, no dia 10 de junho.

A empresária, Juliane Ferraz, entrou na loja para comprar uma roupa para a enteada, e levou o vestido dentro da bolsa para ter como referencia de tamanho. Juliane olhou alguns modelos, mas saiu da loja sem comprar nada. 30min depois, enquanto andava pelo shopping, ela foi abordada com gritos pelo supervisor da loja e um segurança do shopping.

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Empresária pediu para ver as imagens de segurança e ficou comprovado o erro da loja. Nas imagens ela aparece olhando as araras, pegando o vestido que estava em sua bolsa e comparando com outra peça que estava pendurada. Ao perceber que a roupa não caberia na enteada de cinco anos, ela devolve o item da loja e guarda novamente o vestido trazido de casa na bolsa.

Segundo reportagem do UOL, a loja afirmou que o responsável foi afastado e que a abordagem foi "equivocada".

"O shopping inteiro já estava olhando para mim. Fiquei totalmente constrangida e sem graça. Me senti humilhada. Minha cor influenciou no julgamento dele. Dói muito saber que uma pessoa te olha e acha que, pela cor da sua pele, você não tem o benefício da dúvida. Ele estava à vontade ao gritar comigo no shopping, sendo que, ainda dentro da loja, quando eu fui guardar o meu vestido, eu cheguei a levantar a minha bolsa bem no alto para a câmera gravar o que eu estava guardando, pois a gente que é preto está acostumado a desconfianças", disse Juliane ao Portal UOL.

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