Em estudo, pesquisadores questionam condições seguras para retorno às aulas

MPSP
Publicado em 22/04/2021, às 10h16 - Atualizado às 10h16

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Os pesquisadores Dalton de Souza Amorim, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP), Domingos Alves, da Faculdade de Medicina (FMRP), e Adriana Santos Moreno, do Programa de Pós-Graduação em Medicina (Clínica Médica) da FMRP-USP, em reunião conjunta com os comitês de educação e saúde do gabinete de crise de enfrentamento à covid-19, por solicitação do núcleo de Ribeirão Preto do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), no dia 24 de março, apresentaram à Procuradoria-Geral de Justiça estudo acerca da inviabilidade do retorno das aulas presenciais nos moldes formulados no âmbito do Plano São Paulo.

Trata-se de continuidade do trabalho apresentado em Nota Técnica elaborada em novembro de 2020, questionando a modelagem matemática empregada no Plano São Paulo e os parâmetros adotados. De acordo com o estudo, o retorno das aulas presenciais, principalmente neste momento de alta do número de contaminados e de óbitos por conta das variantes do coronavírus, é equivocado e arriscado.

O documento, ao analisar a realidade de diversas cidades, apresenta três componentes da atual situação da pandemia: a) breve análise do momento atual, com uma discussão dos elementos que causam a situação; b) referência a algumas das publicações mais recentes sobre carga viral em crianças e potencial de transmissão do vírus (algo que afeta diretamente as premissas para a tomada de decisões sobre atividades presenciais nas redes escolares); c) recomendações de critérios objetivos para mensurar os riscos e a segurança dessas decisões, fundamentadas nessas fontes.

O estudo evidencia, por outro lado, que há diversas medidas muito mais eficientes e menos onerosas, inclusive com reduzido risco à vida, à saúde e até a economia, e indica o Protocolo TRIS (testagem em larga escala, rastreamento dos contatos e isolamento de suporte).

Esse modelo, ao lado da vacinação em massa, foi o adotado por Portugal e pela Inglaterra (testagem a cada 2 semanas).

O documento foi publicado oficialmente num primeiro momento no Jornal da USP .

O trabalho foi inserido em estudo realizado em Araraquara, por conta do lockdown decretado e que a conduziu ao patamar de uma das cidades com os melhores índices de enfrentamento da pandemia. O documento atualmente está balizando os trabalhos da subcomissão de retorno seguro às aulas instalada na Câmara dos Deputados por intermédio de proposta da deputada Sâmia Bomfim.

Fonte: MPSP

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