QUALIDADE

Diretoria de Trânsito aposta na Zona Verde para aprimorar o turismo

Iniciativa pioneira em Bertioga visa o ordenamento de veículos em vias públicas próximas às praias, rios e pontos turísticos

Da Redação
Publicado em 30/01/2020, às 10h35 - Atualizado em 23/08/2020, às 21h45

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Reprodução/Whatsapp
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Bertioga aposta no ordenamento do trânsito como uma das formas de promover um turismo de qualidade na cidade, em detrimento da quantidade. Conforme observado pelo diretor de Trânsito, Ivan de Carvalho, a partir de um comentário do cientista político Marcelo di Giuseppe para a rádio Jovem Pan, a busca por números de visitantes não deveria ser usada como parâmetro de desenvolvimento do setor.

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Em seu comentário, Marcelo di Giuseppe destacou que Portugal foi considerado, pelo 2º ano consecutivo, como melhor destino do mundo para turismo, devido ao trabalho do país para promover ações de bem receber, como gastronomia, segurança, além de sua história e clima. Dos turistas de qualidade, por sua vez, é esperado o respeito à cultura, história e o consumo consciente. “O que Portugal descobriu é que o retorno financeiro do turismo não está na quantidade de pessoas, mas na qualidade delas”, disse o cientista político. Nisso, ele fez um paralelo, principalmente, com as cidades litorâneas de São Paulo, que avaliam o setor conforme o número de turistas.

Segundo ele, a “falta de visão” dos agentes públicos faz com que a preocupação em trazer elevado número de pessoas para as cidades praianas dá margem à vinda de milhões que desrespeitam a cultura, leis de trânsito e de silêncio, além de gerar lixo e usufruir dos serviços de saúde. Ainda, que os recursos gerados com esse movimento e o custo das ações predatórias nunca são calculados.

Para o diretor de Trânsito de Bertioga, isso indica que a cidade está no caminho certo. Conforme abordado pelo comentarista, para mudar o turismo é necessário legislar contra as atitudes dos maus visitantes, é neste ponto que Ivan destaca a implantação da Zona Verde. “Quando escutei o áudio fiquei impressionado como tudo o que o Marcelo di Giuseppe falou é o que nós estamos procurando fazer. Ele só me deu uma certeza de - apesar de todas as criticas, de todos aqueles que querem ver tudo dar errado na cidade, os que eu chamo de profetas do Apocalipse - estarmos no caminho certo para organizar nossa cidade, a enxergar o turismo de uma nova forma”, disse.

Conforme explica, a importância da Zona Verde é, sobretudo, devido a maioria dos turistas virem à Bertioga de carro e, sequer utilizar dos meios de hospedagem e gastronomia da cidade. Estes maus turistas dormem ou nos carros, ou em barracas e, até mesmo, em tendas, além de trazerem alimentos e utilizarem inadequadamente as praias.

Na visão do diretor nestes casos, a força policial não é a maneira mais efetiva, pois, após uma advertência, a pessoa faz a mesma coisa. Por isso, ele aposta no ordenamento, para impedir que as ações consideradas predatórias sejam realizadas. Ele explicou que, quando os turistas chegam na cidade e verificam que existem regras, ele sabe que precisa segui-las. Caso isso não aconteça, no caso do estacionamento, a vaga é cancelada para o condutor que, se não acatar, pode ter o carro recolhido.

Ele finalizou: “A organização promove o turismo. Ninguém gosta de ir a um lugar que é uma zona, de passar o dia em uma cidade com tudo bagunçado. Organizando o trânsito, se organiza as pessoas que vêm aqui, já que chegam de carro [...] Isso tem um preço e devolve qualidade para os dois lados: para o turista, que chega em uma praia limpa, com gramado limpo, com uma estrutura cada vez melhor para recebê-lo, e temos em retorno um turista mais consciente, uma pessoa que sabe ter vindo para desfrutar de uma praia, não para fazer arruaça ou ser o dono da cidade. Os donos somos nós, e se não tomarmos conta, ninguém vai tomar”.

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